400 mil paraibanos já foram expostos ao coronavírus. Crianças de até 11 anos são as mais afetadas
A Secretaria de Saúde da Paraiba divulgou o relatório final da pesquisa Continuar Cuidando, realizada de 3 de novembro a 22 de dezembro do ano passado, em 130 dos 223 municípios. por meio de uma parceria entre o Governo do Estado e o Observatório de Síndromes Respiratórias da Universidade Federal da Paraíba.
O estudo traçou o cenário epidemiológico da Covid-19 na Paraíba e apontou que 10% da população, algo em torno de 400 mil pessoas, já foram expostas ao coronavírus. Em todos os entrevistados foi identificada a presença do anticorpo IgG.
A primeira Macrorregião de Saúde, sem incluir João Pessoa, apresentou a maior incidência de casos de Covid-19: 15,2% do total. A grande João Pessoa aparece em seguida, com 13,3%. Em terceiro, com 7,1% dos casos registrados, está a terceira Macrorregião (sertão), enquanto que a segunda Macrorregião (Campina Grande), ficou com 4,7%.
Entre os infectados, a maioria é de mulheres: 11,2%. Homens representam 8,7% com IgG positivo. Houve uma “semelhança de prevalência” na taxa de infecção entre os grupos dos que trabalham regulamente ou com horário fixo (9,4%) e os dos que não trabalham e não procuram emprego (9,7%).
Verificou-se ainda que a renda pouco fez diferença na contaminação. De acordo o inqúerito “não há muita diferença entre os extremos sociais, pois a estimativa é que 8,8% da população com renda igual ou inferior a 1000 reais e 8,5% da população com renda acima de 5000 reais já tiveram contato com o vírus”.
Surpresa da pesquisa
O inquérito mostrou que crianças dos 0 aos 11 anos então entre o grupo mais atingido pelo coronavírus. Representam 16,40%. E mais: “o relatório também apresenta que a presença do anticorpo IgG positivo em menores de cinco anos é de 14,2%”.
De acordo com esse cenário, Daniel Beltrammi, Secretário Executivo de Saúde da Paraíba, faz um reflexão: “aqui fica o questionamento do que poderia ter acontecido com essa prevalência se as creches, escolas e instituições de ensino no geral não tivessem suas atividades presenciais suspensas. A gente teria construído algo em torno de 30% de prevalência média”, diz ele.
O segundo grupo mais afetado, com taxa de infecção de 10,7%, é o de idosos dos 50 aos 59 anos. Em seguida, o de pessoas com 60 anos ou mais, com 9,8%.
Uso de máscaras
Apesar das orientações das autoridades de saúde sobre a importância do uso da máscara como ferramenta de prevenção à Covid-19, 14% da população que testou positivo para o anticorpo igG admitiram que jamais usaram a proteção. Entre aqueles que usam máscara, o percentual de infectados foi menor (10%).
Beltrammi lembra que mais de 3.800 pessoas já morrerram por Covid-19 na Paraíba. Ele deixa um alerta e um pedido à população: “se caminharmos nesse ritmo, para atingirmos os 60% restantes para os 70% da imunidade de rebanho, serão muitas outras vidas perdidas. Portanto, pedimos aos paraibanos que continuem usando máscara, lavando as mãos e mantendo o distanciamento entre as pessoas”.