Em visita à Paraíba, ministro Milton Ribeiro tenta justificar cortes na educação: “uma necessidade de guerra”
O ministro da Educação, Milton Ribeiro chegou à Paraíba, uma semana depois do corte do governo federal no orçamento do Ministério da Educação, o segundo mais atingido, com uma redução de quase R$ 4 bilhões e em meio aos desafios para a retomada das aulas presenciais nas universidades federais e escolas. O ministro proferiu uma aula magna na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e trouxe as impressões, e a surpresa ao se deparar com as necessidades do cargo que ocupa, tentou justificar os cortes, alegando uma necessidade de guerra. Ribeiro não falou sobre as obras paradas na UFPB e se posicionou sobre a polêmica da questão de gênero.
Ao se referir às universidades, disse que não conhecia a estrutura que iria comandar, aparentemente desavisado sobre a estrutura e as necessidades da educação no Brasil.
O ministro Milton Ribeiro esclareceu que o corte na verba destinada à educação em 2021, na Lei Orçamentária Anual (LOA), aprovada no último mês no Congresso Nacional, é um reflexo do momento crítico da pandemia e o que o governo está priorizando no momento a vida e o alimento na mesa da população mais afetada pela crise sanitária, razão pela qual os investimentos para a educação foram comprometidos, assim como outros ministérios.
Ele explicou que, apesar de saber o quanto é importante o recurso para a educação, “vivemos um tempo de guerra contra um inimigo invisível” e “tem gente morrendo de fome”.
O ministro, que também é pastor evangélico, comentou sobre a polêmica das questões de gênero e afirmou que retirou questões de gênero do edital do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), pois não se pode comentar esse tipo de assunto com crianças.
Milton Riberio disse no encontro que é radical sobre questões de gênero. “A natureza diz que é homem, é XY, mas eles querem dizer que a pessoa pode escolher o que quer. Não pode ser assim. Nesse ponto eu sou bem radical.”
O titular do MEC, no entanto, garantiu esforços no sentido de evitar mais reduções orçamentárias na área da educação, terceiro maior orçamento do governo.
“Todo o dinheiro advém de impostos. Se os impostos diminuem, o orçamento de uma maneira geral diminui. Agora, a questão de onde serão os cortes, nós temos que ver com a bancada dos parlamentares. São eles que autorizam ou não os cortes propostos”, disse, acrescentando que vai tentar evitar cortes como ocorreram no ano passado.
Milton Ribeiro destacou o papel fundamental dos hospitais universitários administrados pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) durante a pandemia de Covid-19, a exemplo do Lauro Wanderley (HULW/UFPB), que recebeu pacientes durante a crise em Manaus.
“Os pacientes foram removidos para hospitais federais, naquela crise, em sua maioria, senão totalidade, hospitais universitários. A universidade estendendo a mão à saúde”, ressaltou o ministro.