Opinião

Parceria com EUA é gol de placa da Paraíba

O Brasil anda na mira do mundo e não é pelos melhores motivos. Para além do desastre na condução do combate à pandemia da covid-19, as ações diplomáticas têm sido um fiasco. Sobram declarações malfadas envolvendo parceiros comerciais importantes. No campo do combate às mudanças climáticas, outro fiasco. Economia verde e sustentável são conceitos que não cabem na gestão Bolsonaro.

Vulneráveis a essa política, gestores estaduais têm procurado alternativas para manter relações externas e firmar parcerias capazes de atrair investimentos, movimentar a economia, gerar emprego. Exemplo disso foi a criação do Consórcio Nordeste em 2019. Há também ações independentes que têm gerado resultados. Nesta quinta-feira (13), o governo da Paraíba firmou compromisso com os Estados Unidos por meio de um memorando de entendimento. Juntos vão desenvolver parcerias em áreas estratégicas como meio ambiente e recursos hídricos, saúde, educação, turismo, agricultura, comércio… Um grupo de trabalho vai ser criado para tocar projetos de interesse mútuo.

É um passo importante no contorno às crises, inclua-se aqui a dificuldade de furar o bloqueio ideológico para conseguir recursos que não fazem parte dos repasses constitucionais.  A parceria PB-EUA (algo extraoficial, já que em relações diplomáticas essa construção tem de ser de  país para país) é, em certa medida, um grito de independência à agenda bolsonarista. O que o estado como unidade federativa faz agora é cumprir um papel que deveria ser do Estado brasileiro. Papel pautado na articulação, no diálogo e no interesse público.

No que Bolsonaro isola o país do resto do mundo e da ciência, em uma necropolítica que sufoca também a economia e milhões de empregos, a Paraíba vai encontrando caminhos para não perder a capacidade de investimentos. É um jogo de ganha-ganha. O acordo permite o intercâmbio em diferentes segmentos, troca de experiências e oportunidades de negócios capazes de criar um ambiente econômico favorável para ambos.

Os EUA certamente têm seus motivos para escolherem a Paraíba para esta parceria. Agora, independentemente disso, há um resultado a ser comemorado pelo governo local que, na linguagem futebolística, marcou um gol de placa.