Opinião

João não quer guerra com ninguém mas dá pistas sobre 2022

Dizem que pra bom entendedor meia palavra basta. A expressão, muito popular, sugere que há mais sendo dito além das poucas palavras. Não à toa, uma outra expressão afirma que a diferença está no detalhe. E quando  o assunto é João Azevêdo e sua rota até as eleições de 2022, cada detalhe, por menor que pareça, diz muito.

João não abre o jogo sobre as tratativas locais apesar das pressões de aliados sobre apoios – caso de Adriano Galdino (Avente) e Efraim Filho (DEM). Talvez por considerar prematuro demais. Pudera! Há questões de gestão que não podem ser atropeladas pelo debate eleitoral a exemplo do combate à pandemia da covid-19, das ações voltadas para o aquecimento da economia e atração de investimentos que geram emprego. Além disso, um posicionamento mais assertivo em torno de um possível chapa para disputar as eleições do próximo ano poderia azedar a relação dele com boa parte da bancada federal e comprometer a liberação de emendas parlamentares para o Estado. João não tem exposto preferências. O gato parece estar escaldado.

E não é que João esteja em cima do muro. Ele só está ganhando tempo. Mas entre um passo e outro, uma frase e outra, os sinais vão ficando mais claros. João esteve em Brasília; voltou de lá com o seguinte discurso: o Cidadania na Paraíba tem “total liberdade” para apoiar candidatura divergente da Executiva Nacional que tenta construir uma alternativa a Lula e Bolsonaro na disputa para presidência da República. João se antecipou, garantiu o dele na fila, e, tendo em vista suas várias declarações públicas contra o representante da extrema-direita, estará com o petista. Tudo leva a crer nisso.

De bobo, João não tem nada! Com Lula, garante votos do campo progressista que o ajudaram a se eleger em 2018, o que deve pesar no arco de alianças em 2022 para eleição estadual. Deve… Mas enquanto não houver martelo batido, as possibilidades de composição não se esgotam e João vai tirando proveito disso naquele estilo “paz e amor”.