Política, Violência Contra a Mulher

Projeto que criminaliza a violência política contra as mulheres é aprovado no Senado

O Projeto de Lei 5.631/2020 que estabelece normas para prevenir, sancionar e combater a violência política contra a mulher e de autoria da deputada federal Rosângela Gomes (Republicanos), foi aprovado por unanimidade no Senado, em sessão remota, na tarde da terça-feira (13).

Um dos artigos do projeto altera o Código Eleitoral (Lei 4.737/1965) para determinar que os debates nas emissoras de rádio e de televisão, deverão respeitar a proporção de no mínimo 30% de candidatos de cada sexo nas eleições proporcionais.

O Código Eleitoral (Art.323) já proíbe a divulgação de notícias falsas. O projeto estende a criminalização para vídeos com conteúdo inverídico no período da campanha eleitoral que podem influenciar o eleitorado. A pena será de detenção de dois meses a um ano, ou multa e aumenta em um terço no caso de a vítima ser mulher.

O projeto também prevê que não será tolerada propaganda que deprecie a condição da mulher ou estimule sua discriminação em razão do sexo feminino, sua cor, raça ou etnia. As penas poderão aumentar de um terço até a metade, caso os crimes sejam cometidos através de veículos de imprensa, como rádio ou televisão, ou por meio da rede de computadores, de rede social ou transmitido em tempo real.

Outro artigo do projeto também torna crime assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar, por qualquer meio, candidata a cargo eletivo ou detentora de mandato eletivo ao utilizar o menosprezo ou a discriminação à condição de mulher ou a sua cor, raça ou etnia com objetivo de dificultar a sua campanha eleitoral ou desempenho do seu mandato eletivo. A pena será de um a quatro anos de reclusão ou multa e poderá ser aumentada em um terço se o crime for

Foto: Agência Senado

cometido contra a mulher gestante, maior de sessenta anos ou com deficiência.

O PL teve parecer da senadora paraibana Daniella Ribeiro (PP) que já foi por duas vezes vítima de violência política. Com o apoio da maioria dos senadores, Daniella argumentou que esse ipo de violência tem como objetivo alijar a mulher da política e diminuir o seu campo de atuação: “As agressões da política podem passar a mensagem de que a esfera pública não é lugar para as mulheres e que sofrerão sanções caso insistam em disputar cargos eletivos. Essa violência política compromete a participação igualitária da mulher”, disse a senadora.

Já aprovado também pela Câmara dos Deputado, o PL agora segue para sanção presidencial.

 

Fonte: Assessoria