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Fora do cercadinho, Bolsonaro não tem aplausos e só passa vergonha

A viagem do presidente Jair Bolsonaro aos Estados Unidos está rendendo assunto e um festival de gafes. Ele participa nesta terça-feira (21) da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, e fará o discurso de abertura.

Na tarde desta segunda-feira (20), Bolsonaro se reuniu com o premiê britânico Boris Johnson, em Nova Iorque. No encontro, Johnson recomendou a vacina da AstraZeneca/Oxford, produzida também no Brasil em parceria com a Fiocruz.

“É uma ótima vacina. Obrigado, pessoal. Tomem vacinas da AstraZeneca!”, diz Johnson ao lado de Bolsonaro, único líder que declaradamente não tomou a vacina contra a Covid-19. “Já tomei duas vezes”, disse o premiê olhando para Bolsonaro e apontando com o dedo como questionando se ele tomou também e o brasileiro responde que “ainda não”. Bolsonaro ainda afirma que está com imunidade contra Covid alta porque já teve o vírus.

Bolsonaro é o único líder participante do evento que declarou que não tomou a vacina contra a Covid-19 e tem sido assunto durante a viagem, já que na cidade americana as pessoas precisam apresentar comprovante de vacinação contra a Covid-19 para frequentar lugares fechados, como restaurantes, cinemas, teatros e academias.

Depois de comer pizza na calçada por não poder entrar no restaurante, ele conseguiu uma forma de almoçar driblando as regras sanitárias, em um restaurante da cidade em um lugar improvisado, em churrascaria, que improvisou uma área externa, que foi cercada por uma grade e panos pretos que impediam a visão pelas pessoas da rua.

De acordo com a BBC, após o almoço, Bolsonaro caminhou pela 5ª Avenida até o hotel em que está hospedado e, no trajeto, teria sido xingado de “assassino” por uma brasileira que o reconheceu.

O prefeito de Nova York, Bill De Blasio, cobrou a vacinação contra a Covid-19 para participação da assembleia da ONU. A organização do evento informou que não cobrará vacinação dos chefes de Estado.

“Precisamos mandar uma mensagem a todos os líderes mundiais, especialmente Bolsonaro, do Brasil, de que se você pretende vir aqui, você precisa ser vacinado. E se você não quer se vacinado, nem venha, porque todos devem estar seguros juntos. Isso significa que todo mundo deve estar vacinado”, declarou o democrata.

No último domingo (19), Bolsonaro entrou pela porta dos fundos do Hotel Intercontinental Barclay. Não tinha apoiadores do presidente no local. Manifestantes contra o governo aguardavam o presidente com faixas na porta do hotel aos gritos em português e inglês “Bolsonaro genocida” e “criminoso”.

Diplomatas e seguranças esperavam o presidente na entrada, mas informaram à imprensa que a comitiva presidencial havia entrado por uma porta traseira por determinação do Serviço Secreto americano.