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“Se eleito presidente do Brasil, vou privatizar a Petrobrás”, diz João Dória em pré-campanha na Paraíba

O tucano João Dória (PSDB) cumpre agenda na Paraíba. Não como governador de São Paulo, mas como pré-candidato à presidente da República. A primeira parada foi em Guarabira, terra da deputada estadual Camila Toscano que o recebeu juntamente com os deputados federais Ruy Carneiro, Pedro Cunha Lima e Edna Henrique.

Dória tem viajado o país tentando se viabilizar como candidato do PSDB e representante da terceira via. Durante o evento no brejo paraibano, deixou claro sua agenda econômica e política privatista. Se eleito, seu primeiro compromisso será com a privatização da Petrobrás.

Ele também criticou a mudança na regra sobre o ICMS (imposto estadual) de combustíveis, aprovada na Câmara dos Deputados. Pelo Projeto, que precisa passar pelo Senado, o tributo passará a ser aplicado sobre o valor médio do petróleo dos últimos dois anos para baratear o preço da gasolina. Dória defendeu a criação de um fundo para “salvar” estados em época de turbulência dos preços no mercado internacional, afirmou que a culpa da alta nas bombas não é dos governos estaduais mas do modelo adotado e da gestão “incompetente” do governo Bolsonaro.

Leia a entrevista:

Sobre a Petrobrás – se eleito presidente da República do brasil, vou privatizar a Petrobrás. Não há nenhuma dúvida sobre esta posição. E a Petrobrás será privatizada, não para transformar o monopólio público em monopólio privado. Ela será uma modelagem completa, diferenciada, onde vamos partilhar a Petrobrás para que várias empresas possam disputar o direito da distribuição de combustíveis no Brasil. Tornar obrigatório nessa modelagem a criação de um Fundo para garantir que diante de aumentos circunstanciais do preço do petróleo internacional, esse fundo vai funcionar como colchão e possibilitar que o consumidor pague esta conta automaticamente. Isso é perfeitamente possível. Já acontece em outros países: na União Europeia, nos EUA, no Canadá onde o mercado livre evita o malefício do monopólio. A Petrobrás vai cumprir o seu papel para o bem do Brasil. Ela tem que ser desestatizada e vendida. Essa é a minha posição.

ICMS – Sou radicalmente contra. O tema do ICMS não é a razão do aumento do combustível no Brasil. É falta de política pública, desleixo e falta de atenção em relação a essa política pois a Petrobrás, hoje como uma empresa de capital misto, ela tem que oferecer condições adequadas aos seus acionistas, caso contrário o presidente da Petrobrás pode ser acionado judicialmente por desídia, incúria e incapacidade. O modelo está errado, agora isso não é culpa dos estados. Mexer, alterar, modificar, emparedar governadores por conta do ICMS é cortina de fumaça de um governo incompetente que quer colocar no peito dos governadores a responsabilidade pelo aumento do combustível e o aumento do preço do gás. O que fará então o governo federal com o aumento do arroz, do feijão, da carne, do açúcar, da farinha, dos demais produtos que hoje fazem a carestia e imprimem aos mais pobres a incapacidade de comprar os alimentos para ter no mínimo a sua cesta básica nas suas casas? Quem pode imaginar o óleo de soja custando 33% mais ou o feijão 17%, o arroz 15% ou a carne 34%? Será que também o governo federal vai desejar imputar aos governadores a culpa pela inflação ou vai reconhecer a incompetência de uma política econômica falha, errática e incapaz de sustentar a equação sem a volta da inflação? Se já não bastasse 15 milhões de desempregados, 15 milhões de subempregados, ainda a população enfrentando um aumento explosivo no custo dos alimentos?

Dória segue com sua agenda na Paraíba. Neste domingo (22), concede visita um Hospital em João Pessoa e concede nova entrevista à imprensa.

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