Entrevista

“Ricardo sofre o que Lula sofreu”, afirma Wellington Dias, governador do Piauí

Um dos principais nomes da esquerda do Nordeste, Wellington Dias (PT), governador do Piauí e presidente do Consórcio NE, esteve de passagem pela capital paraibana este fim de semana. Nós do ‘Política Por Elas’ aproveitamos para conversar com o político, que avaliou a atual conjuntura nacional, defendendo uma aliança com Geraldo Alckmin, ex-governador de São Paulo  e ex-PSDB, compara perseguição de Ricardo Coutinho a de Lula e abre palanque multipartidário na campanha de 2022.

Política por Elas- Governador, Como o senhor avalia o retorno de Ricardo Coutinho ao PT?

O Brasil inteiro conhece Ricardo Coutinho e reconhece também e acredito que independente das disputas locais, há um legado, há projeto de Paraíba que ele trabalhou e permitiu avanços. Eu convivi com ele como Governador da Paraíba, pelo Fórum de Governadores do Brasil e a Paraíba era modelo para outros estados em expansão, por exemplo, organização da rede hospitalar de média e alta complexidade, de urgência, ampliação de leitos. Ele também se destacou com o trabalho feito na área de asfalto para todas as cidades, eu no Pauí estou completando agora esse feito. Quando a Paraíba fez isso, nos só tínhamos sete estados totalmente ligados por asfalto. Agora, com o Piauí, temos oito. Ele é uma pessoa que tem compromisso com a democracia, com a defesa de todos, de modo espacial, os que mais precisam, por isso, me alegrou muito a decisão dele. O retorno dele aumenta muito a nossa responsabilidade com ele. Temos que ter a verdade restabelecida. Olhe o que disseram do Lula e o que aconteceu nos últimos anos. Ainda esta semana, mais uma ação fantasiosa que foi para arquivamento. Eu acredito que o povo pode ser enganado uma vez, duas vezes, mas não enganado por toda a vida. A verdade sempre vence e se Deus quiser, vai vencer novamente.

O senhor diz que Ricardo sofreu aqui na Paraíba o mesmo que Lula? 

Sim, acredito. Ricardo tem história. Lula tem carinho por Ricardo, temos admiração, pela forma corajosa como ele se posicionou em em relações a temas nacionais, como a defesa da transposição do Rio São Francisco, Programa Luz para Todos, programa de habitação, defesa da agricultura familiar, sem esquecer os médios e os grandes, é esse caminho que fez de Ricardo Coutinho.

João Azevêdo já declarou que deve abrir o palanque para Lula, mesmo não tendo boa relação com parte dos integrantes do Partido dos Trabalhadores (PT) aqui na Paraíba. O senhor avalia que isso pode ser favorável?

João Azevêdo é uma pessoa que conheci atuando na área técnica, atuando como secretário. Do ponto de vista do campo político que dá sustentação e que vai estar junto trabalhando para a campanha do presidente Lula, nós vamos ter vários lugares com mais de um palanque, como é o caso do Maranhão, Sergipe. Lula é não só do Nordeste, mas é o presidente que olhou para a região, por isso, é comum que em muitos estados ele consiga unir políticos que fazem oposição localmente. Temos é que garantir a responsabilidade durante o processo eleitoral. Lula sabe a importância nesse momento de atuar com esse olhar de um campo que vai muito além das fronteiras do Partido do Trabalhadores, que vai muito além do que pode ser essa federação, que eu acredito que vai acontecer com base na nova regra eleitoral.

Falando em divergências, o senhora é a favor de uma aliança com Geraldo Alkimin?

Eu particularmente, tenho defendido a aliança, com Geraldo Alkimin para presidente. Veja esse gesto que nós fazemos para o país, nessa conjuntura atual, unindo dois grandes líderes de dois grandes partidos. Temos dois ex-candidatos a presidente da república, vencendo ou não, Geraldo Alkimin e Luiz Inácio Lula da Silva, juntos numa eleição, em nome do Brasil, em nome de um interesse maior do povo brasileiro, não só pensando na vitória, mas por uma governabilidade.

Como combater essa extrema direita e direita, que ainda representam pelo menos, 30% dos votos?

Nosso maior combate é contra as fake News. Nada pode ficar sem resposta, nós não podemos entrar na onda da Fake News, entrar na onda do desespero. Se você avalia haverá confronto, provocações, eu quero defender que nós façamos uma política de paz, alegre, propositiva, pensando naquilo que é o interesse maior do povo da Paraíba do Nordeste, do Brasil.