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Desvalorizado, o salário mínimo no Brasil deveria ser de R$ 6.527,67. valor pago hoje é cinco vezes menor

No Brasil, o valor do salário mínimo atual é R$ 1.212, o que segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) é cinco vezes menor do que o necessário para uma família dar conta de adquirir alimentos como arroz, feijão, café, leite integral e carne bovina de primeira, bem como outros itens e serviços. Segundo estudo, o salário mínimo ideal para uma família de quatro pessoas conseguir viver deveria ter sido de R$ 6.527,67 em junho deste ano.

A definição dada para o salário mínimo oficial tem base na determinação escrita na Constituição, diz o levantamento: “a determinação constitucional estabelece  que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência”.

Segundo cálculos da corretora Tullet Prebon Brasil calculou, em seu primeiro relatório de maio, que o salário mínimo sofrerá perda real de valor de 1,7%. Isso ocorrerá se a inflação se mantiver de acordo com a previsão do boletim Focus, a 7,65% em 2022, e Selic a 13,25%, como publicado pelo Banco Central (BC). Caso contrário, a perda será ainda maior. A conclusão do estudo rende ao presidente Jair Bolsonaro (PL) o título de primeiro presidente da República, desde o Plano Real, a concluir o mandato com o menor poder de compra que um salário mínimo poderá alcançar.

Em relação à comida, são 13 alimentos que compõem o cálculo do Dieese, que avalia a variação de preços em 17 capitais brasileiras. São Paulo (SP) ficou novamente no topo do ranking das capitais mais caras para adquirir os alimentos da cesta básica, sendo seguida por Florianópolis (SC) e Porto Alegre (RS) [veja ranking completo abaixo].

O conjunto de alimentos custava R$ 777,01 na capital paulista, valor que representa uma variação negativa de 0,12% em relação aos preços registrados em maio e um aumento de 23,97% nos últimos 12 meses. Das 17 cidades, nove apresentaram aumento no preço para adquirir a cesta básica no último mês.

Na comparação entre salário líquido — sem descontos previdenciários — e preço da cesta, o trabalhador comprometeu 59,68% da renda com os produtos listados e precisou trabalhar pelo menos 121 horas e 26 minutos. Em maio, a jornada foi de 120 horas e 52 minutos, e o percentual de dinheiro carimbado era de 59,39%.

Veja a seguir o valor da cesta e a variação mensal medidos pelo Dieese em 17 capitais:

  • São Paulo: R$ 777,01 (-0,12%)
  • Florianópolis: R$ 760,41 (-1,51%)
  • Porto Alegre: R$ 754,19 (-1,90%)
  • Rio de Janeiro: R$ 733,14 (1,33%)
  • Campo Grande: R$ 702,65 (-0,49%)
  • Curitiba: R$ 701,26 (-1,74%)
  • Brasília: R$ 698,36 (0,29%)
  • Vitória: R$ 692,84 (-0,77%)
  • Goiânia: R$ 674,08 (-0,08%)
  • Fortaleza: R$ 657,00 (4,54%)
  • Belo Horizonte: R$ 648,77 (-0,67%)
  • Belém: R$ 632,26 (0,59%)
  • Recife: R$ 612,34 (2,76%)
  • Natal: R$ 611,79 (4,33%)
  • João Pessoa: R$ 586,73 (3,36%)
  • Salvador: R$ 580,82 (0,34%)
  • Aracaju: R$ 549,91 (0,28%)