Política com pimenta

“Mamatacard” de Bolsonaro: gastos de mais de R$ 27,6 milhões sugerem que ex-presidente foi à farra com cartão corporativo

Jair Bolsonaro mostrou que não conhece mesmo o que é limite. Em quatro anos de mandato gastou R$ 27,9 milhões de reais no cartão corporativo. Isso dá , nada mais, nada menos, que R$ 6,9 milhões por ano.

Os valores, disponíveis na página da Secretaria-Geral da República , impressionam, ainda mais porque Jair trabalhou, em média, apenas 4,8 horas por dia durante seu mandato  (Congresso em foco). O problema nem é o montante. O que chama atenção é o “com que” essa dinheirama foi gasta pelo inepto ex-presidente – um verdadeiro assalto aos cofres públicas para bancar hoteis de luxo, sorvetes, padarias e outras despesas questionáveis.

Por exemplo, em um único dia foram gastos R$ 109 mil reais no Sabor de Casa Delivery, em Roraima, no dia 26 de outubro de 2021, onde uma quentinha é vendida por R$ 20 reais. É como se um batalhão tivesse se alimentado ali naquele dia.  Em uma nota no Facebook, proprietários do modesto restaurante disseram que não houve qualquer irregularidade no serviço e que:

Foram solicitados kits de café da manhã e almoco, os quais incluíam diversos itens, como: marmitas, sanduíches, refrigerantes, água mineral, barras de cereal, frutas e achocolatado. Os itens foram entregues na sede do Exército, e conferidos. Tudo foi feito com transparência, honestidade e muito trabalho.”

Voltemos aos gastos…

Uma padaria em Santa Marta recebeu a bagatela de R$ 362 mil do cartão corporativo da Presidência na gestão Bolsonaro. Em um único dia, 22 de maio de 2021, véspera de uma motociata realizada no Rio de Janeiro, a nota emitida pelo estabelecimento foi de R$ 33 mil reais. Haja pão!

Com sorvetes, os gastos somam R$ 8,6 mil; em  hospedagens com alimentação, R$ 10,5 milhões. Outra despesa que salta aos olhos: R$ 140 mil reais foram pagos ao Hotel Praia do Tombo, em Guarujá (SP), em 25 de fevereiro de 2020. Era carnaval. Já o hotel Ferraretto, na mesma cidade no litoral paulista, recebeu dez parcelas de R$ 140 mil, totalizando, ao longo de quatro, R$ 1,4 milhão.

O cartão corporativo deve ser usado para pagar “despesas realizadas com compra de material e prestação de serviços” (Decreto 5.355 de 25 de janeiro de 2005), o que inclui alimentação, hospedagem…  Os gastos de Bolsonaro, no entanto, sugerem, no mínimo, falta de zelo com o dinheiro do contribuinte, isso para não falar em superfaturamento, o que explicaria o sigilo de 100 anos que Bolsonaro botou sobre o cartão corporativo mas que Lula quebrou.