Opinião

Temos vários ´brasis´, diz Daniella Ribeiro ao defender investimentos para o Brasil em NY

“Temos vários ´brasis´ atrativos e com cenário fiscal, tributário, tecnológico, científico e sustentável para sermos um país emergente e capaz de promover desenvolvimento econômico para vossas empresas”.

A afirmação da senadora Daniella Ribeiro (PSD) foi feita no Lide Brazil Investment Forum, em Nova York, nesta terça-feira (9).

A senadora, que lidera a bancada feminina no Senado Federal, foi em busca de investimentos e destacou o cenário regional do Nordeste e da Paraíba, citando João Pessoa e Campina Grande como Cidades Criativas da Unesco pelo artesanato e inovação tecnológica.

O evento…

A Lide Conference, promovida pelo LIDE – Grupo de Líderes Empresariais, reúne economistas e empresários, governadores, parlamentares e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF),para debater reformas, desenvolvimento econômico e sustentável do Brasil.

É bom lembrar que…

Atrair investimentos é fundamental, mas investimentos que possam gerar emprego, renda e movimentar a economia local, e cujo propósito não seja meramente especulativo.

Investimentos produtivos interessam, isto é, aqueles que estão voltados para indústria, agricultura, comércio e até serviços porque aumentam a capacidade produtiva do país, geram emprego e desenvolvimento.

“Dinheiro que vem para empréstimos ou jogo na bolsa não cria nada, bem como o que vem para comprar empresas que já existem”, diz o professor Nelson Rosas, colunista do Blog. Ele completa: “é preciso saber que tipo de investimento estrangeiro é feito”.

Um péssimo negócio

Quando sobe a taxa de juro a pretexto de conter a escalada da inflação, o Banco Central eleva o custo de produção das empresas, prejudica a atividade econômica e o consumo, sobretudo dos mais pobres. Com a alta da Selic, diz Rosas, “o que se pretende não é conter a inflação já que não vai conter. O que se pretende é garantir o rendimento do setor financeiro que é o único beneficiado”.

Desafio

O maior desafio do Brasil para retomada do crescimento está na reindustrialização. Como diz uma outra fonte: “é o pulo do gato!”. Na década de 80, o setor fabril respondia por praticamente metade do PIB brasileiro. Esse número caiu para 23,9% em 2022 (CNI). O agronegócio, por sua vez, pipocou. Então o declínio de um está atrelado a ascensão do outro. Isso é ruim porque nos faz reféns de uma economia primária voltada para exportação e que nos insere em uma dinâmica neocolonial: vendemos commodities a preço de banana e importamos produtos manufaturados pagando muito mais caro por eles, ou seja, estamos reproduzindo hoje a história do Brasil colônia. Isso acontece, para citar um exemplo, com a Petrobrás e a perda da nossa capacidade de refino. Exportamos o produto cru em real e o compramos já refinado em dólar. Está aí uma conta que não fecha.

Para romper esse ciclo precisamos ser mais competitivos. É urgente estimular a demanda interna, alimentar o mercado interno e gerar valor ao que é produzido nacionalmente. Em resumo: retomar nossa campacidade de produção local. Essa, aliás, é uma das metas do governo Lula para reduzir a dependência das importações. Há uma série de outras medidas: investimento em pesquisa e desenvolvimento para impulsionar a competitividade da indústria nacional, incentivo à criação de empresas e investimentos em setores estratégicos, como o de energia renovável. Recetemente, inclusive, o presidente esteve na Paraíba para acompanhar a inauguração do Parque Eólico de Santa Luzia, o maior da América Latina. Também: investimento em infraestrutura de transporte, energia e telecomunicações, capacitação profissional de mão de obra que possa atuar em setores industriais de alta tecnologia e inovação, adoção de políticas de regulação e incentivos fiscais para empresas que investem em inovação e setores estratégicos.

Fato: o desenvolvimento sustentável so Brasil passa pelo caminho da inovação, sem sombra de dúvidas. Passa também pelo uso inteligente dos recursos naturais e da valorização dos recursos humanos. É preciso pensar e assegurar uma política de desenvolvimento produtivo e tecnológico que esteja associada ao desenvolvimento econômico, ambiental e social.