Bolsonaro e os “paraíbas”
Por Lúcio Flávio Vasconcelos
Um dos traços marcantes da personalidade política de Jair Bolsonaro (PL) é o preconceito contra os nordestinos.
No dia 19 de julho 2019, o então presidente Bolsonaro, durante um café da manhã com jornalistas, teve um ataque de “sincericídio” e confidenciou ao seu ministro Onyx Lorenzoni: “daqueles governadores de ‘paraíba’, o pior é o do Maranhão”, em referência ao governador Flávio Dino (PCdoB).
Em 2022, logo depois da sua da eleição presidencial, Bolsonaro atribuiu a sua acachapante derrota aos nordestinos “ignorantes e analfabetos”.
Se os ataques contra os nordestinos foram uma constante na sua vida pública, imagine o que ele pensa na vida privada. Não é à toa que a Câmara de Vereadores de João Pessoa aprovou, no dia 4 de abril deste ano, o voto de persona non grata para Bolsonaro por suas atitudes xenôfobas.
Em sua cruzada para manter prestígio político pessoal e força eleitoral da extrema direita, Bolsonaro desembarcou na Paraíba para apoiar seu ex-minitro da saúde na disputa pela prefeitura de João Pessoa na última semana.
Apoiadores de Bolsonaro, vestidos com a camisa verde e amarela da seleção brasileira, compareceram em massa. Aos gritos “mito, mito, mito”, Bolsonaro foi saudado por uma turba ensandecida com a sua presença. Nem importa que Bolsonaro os desprezem.
É difícil prever qual será o desempenho do candidato Marcelo Queiroga nas urnas na próxima eleição. Mas o fato comprovado é que a extrema direita tem forte apelo popular e já está em campo em busca de conquistar a capital dos “paraíbas.”