A história o absolverá?

Lúcio Flávio Vasconcelos –

A história tem sido implacável com os governantes irresponsáveis, principalmente com aqueles que demonstraram desprezo pela vida de seus concidadãos. Hoje em dia, Adolf Hitler é execrado pela maioria dos alemães. Stalin é cultuado por apenas uma minoria de fanáticos na Rússia.

Não podemos nos esquecer da tenebrosa galeria composta por dezenas de tiranos que aterrorizaram a América Latina ao longo dos séculos. Todos julgados e condenados por seus atos ensandecidos, que tanto mal causaram aos seus povos. Hoje, eles ocupam o lado sombrio da história. Mesmo assim, continuam inspirando governantes atuais.

A pergunta que não quer calar é como a história julgará o presidente Bolsonaro. Durante os 30 anos de vida pública obscura, ele foi “um mau militar”, segundo o general Ernesto Geisel. Defendeu a ditadura militar, pregou uma guerra civil, elogiou
milicianos e fez apologia à tortura.

Mas tem sido o comportamento e as decisões de Bolsonaro durante o governo que causam, inegavelmente, maior impacto na vida dos brasileiros. Os fatos têm demonstrado seu comportamento errático durante a maior crise sanitária que o Brasil
já enfrentou.
Ao longo da pandemia, que já ceifou mais de 328 mil brasileiros, Bolsonaro desqualificou os conselhos médicos, recomendou o uso da cloroquina, condenou o uso de máscara, zombou daqueles que choraram seus mortos, promoveu aglomerações, foi contra o isolamento social, menosprezou a vacinação e entrou na justiça contra os governadores que adotaram medidas mais rígidas para conter a expansão da Covid-19.

Por fim, a indagação continua: devido as suas ações, Bolsonaro entrará nos livros como um grande herói salvacionista ou mais um presidente a ocupar o lado sombrio da história? O tempo dirá.