O avesso da educação
Todos os países que alcançaram um considerável patamar de desenvolvimento econômico com distribuição de renda investiram maciçamente em educação. Nações como Inglaterra, França, China, Estados Unidos e Coreia do Sul, para ficarmos em apenas alguns exemplos, perceberam que construir um futuro digno para seu povo passa, inexoravelmente, pelo processo educacional de qualidade.
O Brasil vem patinando nesse quesito, infelizmente. Os nossos índices de desempenho são vexatórios. Os professores recebem uma remuneração muito baixa, que mal dá para pagar as contas do mês, quanto mais comprar livros e fazer cursos de atualização, como exigido numa sociedade do conhecimento.
A educação dos nossos jovens deve ser encarada como prioridade máxima, por qualquer partido político que esteja no poder. Seguindo os princípios da pluralidade, democracia e busca da excelência. A educação tem que ser laica, como determina a Constituição.
Como se não bastasse a censura ao livro O Avesso da Pele pelos governos do Paraná, Goiás e Mato Grosso do Sul, tivemos a indicação do deputado Nikolas Ferreira (PL) para a presidência da estratégica Comissão de Educação da Câmara Federal. Os dois atos revelam como parte significativa dos representantes políticos considera a educação: uma trincheira para atacar as poucas conquistas democráticas que temos.
O ponto principal não é a pouca idade de Nikolas Ferreira ou sua inexperiência na área. Mas sim a intolerância frente à diversidade e a falta de diálogo que ele demonstrou, até agora, diante de ideias que ele não concorda, além da militância política em defesa de princípios que não representam a totalidade da sociedade. Um grande retrocesso para o país.
Com Nikolas Ferreira teremos mais tempos sombrios na educação brasileira.