Sucessos no exterior e crispação política no país
Continuamos a aplaudir os sucessos do presidente Lula em seus deslocamentos pelo exterior. Finalmente podemos nos orgulhar de ter um presidente que não nos cobre de vergonha perante o resto do mundo, como ocorreu nos últimos 4 anos. Tinha muita dificuldade em explicar aos amigos de fora como permitimos que um demente como aquele chegasse ao mais alto posto da nação. Era difícil admitir que ele era o espelho do próprio povo. Era o seu legítimo representante. Que vergonha!
Agora temos um presidente que desfila pelo mundo recebendo convites de muitos países. Depois do grande sucesso do discurso na assembleia da ONU, quando foi aplaudido muitas vezes, todos querem falar com o presidente Lula. Falta tempo para as audiências. Voltamos à arena mundial com propostas dignas e com a bandeira de defensores da paz e do meio ambiente. E com tal habilidade conseguimos sair dignamente, das pressões dos belicistas defensores da guerra da Ucrânia, nos EUA, e do próprio fantoche Zelensky. Conseguimos conversar com os países desenvolvidos nos fóruns internacionais e mantemos a liderança nos países participantes do bloco dos BRICS, em processo de ampliação. Surgem novas possibilidades de negócios com todos os países do mundo. Com a Rússia, por exemplo, aumentamos as importações de diesel e hoje ela é a nossa maior fornecedora, sendo responsável por 35,6% de todo valor importado, ultrapassando os EUA, que forneceram apenas 31%, o que significou uma queda de 65% no fornecimento americano.
Ainda no campo político, a semana foi rica em acontecimentos. Apresenta-se no horizonte mais um conflito entre o congresso e o STF. Enquanto foi aprovado no senado o PL 2.903/2023, que estabelece o marco legal para a demarcação das terras indígenas, afirmando que só podem ser demarcadas as terras que já eram ocupadas pelos indígenas até 5 de outubro de 1988, data da promulgação da constituição. O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que, na constituição, não há qualquer estabelecimento de data para limitar as demarcações. Apesar da decisão o congresso aprovou a lei. Agora, caso seja provocado, o STF poderá julgar inconstitucional a lei aprovada no parlamento. O conflito entre os poderes legislativo e judiciário já está deflagrado com a declaração inédita da “bancada ruralista”, afirmando que vai bloquear todas as votações de interesse do governo até que o STF reveja sua decisão. Os ruralistas, mais uma vez, mostram sua cara reacionária. Pretendem arrastar para dentro do conflito, por eles provocado, também o poder executivo, como se o governo Lula tivesse autoridade sobre os ministros do STF.
Mas o congresso não parou por aí. A Câmara aprovou o PL 4.438/2023, chamado de minirreforma eleitoral, que altera o funcionamento dos partidos, mexendo com as regras eleitorais. Foi apoiada por todos os partidos, exceto o Psol, Rede e Novo, e relatada por Rubens Pereira Júnior, deputado do PT-MA. Reduz a participação de mulheres e negros e o financiamento de suas campanhas, facilita a prestação de contas, permite as doações via pix, possibilitando a compra de votos, facilita a compra de vagas para vice e suplentes, perdoa as dívidas dos partidos e torna impenhoráveis os recursos do fundo partidário e do fundão eleitoral. O projeto circula no Senado, ao nível das comissões e encontra dificuldades para a aprovação. E os congressistas têm pressa pois caso não seja aprovado logo não valerá para as próximas eleições municipais. Mais uma vergonha.
Ainda no campo da política, continua a repercutir a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, com o vazamento de algumas partes. Complica-se a situação do almirante Almir Garnier, que fez declarações de adesão ao golpe, e surge a notícia de que o comandante do exército, Freire Gomes ameaçou Bolsonaro de prisão, se ele tentasse dar um golpe. Certamente teremos grandes novidades, quando tudo for divulgado.
Passando para a economia, temos a divulgação do Índice do Banco Central IBC-Br, que é tido como uma prévia do PIB calculado pelo IBGE. Para o mês de julho, o índice apontou um crescimento de 0,44%. Em 12 meses, isto significa um crescimento de 3,12%, o que coincide com outras previsões, como a da OCDE, que estima em 3,2% e, com o do próprio governo, que mudou sua estimativa de 2,5%, para 3,2%. O Instituto Brasileiro dos Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar) e a FIA Business School estimam que o varejo ampliado, o que inclui o setor automotivo, deverá crescer 5,2% só entre janeiro e novembro.
Mais uma notícia a comemorar foi a reunião do Conselho de Política Monetária, órgão do Banco Central (BC), que reduziu a taxa de referência Selic em 0,5%, ficando agora em 12,75%, isto significa uma taxa de juros reais perto de 8%, ainda a segunda maior do mundo, perdendo apenas para a Turquia. O BC promete ainda continuar com reduções de 0,5%, caso a inflação se mantenha comportada.
Na economia mundial tudo caminha na mesma direção. Continua a reestruturar-se a globalização, ainda sob o impacto da guerra na Ucrânia e da política dos países produtores de petróleo. Estes mantêm a decisão de reduzir a produção e elevar os preços, com as consequências esperadas para a inflação.
Aos trancos e barrancos vamos vivendo.