Política com pimenta

“Jair Bolsonaro é um merda”, diz Julian Lemos

O deputado federal Julian Lemos (União) usou as redes sociais para criticar o presidente Jair Bolsonaro (PL), que ajudou a eleger em 2018, por seu silêncio e “abandono” de cargo, isso porque, desde a derrota nas urnas, Bolsonaro tomou certo “chá de sumiço”, tendo participado de uma ou duas agendas com militares nesse período, sempre choroso, sem dar uma palavra aos seus seguidores e apoiadores.

Lemos questionou:

“Que tipo de líder de uma nação deixa seu país antes mesmo de terminar seu mandato sem dizer nada, sem honrar aqueles que se sacrificaram ainda que enganados por ele?”

E, por fim, afirmou:

“Até para morrer é preciso ter honra. Jair Bolsonaro é um merda, o homem mais covarde que já conheci!”

Lemos dá a entender que foi “enganado” por Bolsonaro, isto é, que foi uma vítima de um homem que em toda sua história política pregou terrorismo, violência e fez do conflito seu principal combustível.

Ora! Lemos esteve nas entranhas do processo que levou Bolsonaro à presidência da República, foi partícipe de uma campanha e de um governo pautados na mentira e no ódio. O discurso de vítima não cola.

E já que perguntar não ofende: por que a omissão até agora? Por que só agora, quando Bolsonaro chega, derrotado, ao fim do mandato, essa postura ofensiva?

Julian Lemos, certamente, sabe com quem se meteu e manteve reservas por uma questão de sobrevivência. Mas se sua indignação é real, precisa ser mais convincente. A crítica vazia não produz resultados e, se produz, são efêmeros.  Se tem informações privilegiadas, se sabe mais do que fala (e em várias declarações deu a entender que sim) e omite, também peca. E esse pecado, no caso específico, também soa à covardia.