Carta histórica
Carta histórica
A cada geração o Brasil é surpreendido com uma carta de profundo impacto político. Marca de um momento de inflexão na sua história.
Em 1954, estava em curso um processo golpista. Militares, empresários e políticos conservadores conspiravam. O intuito era derrubar Getúlio Vargas por seu vínculos com os trabalhadores e a política nacionalista praticada por seu governo.
Num gesto extremo, Vargas suicidou-se e nos legou uma carta-testamento que é, até hoje, um contundente libelo em defesa da nação e contra o golpismo. Ele saiu da vida e entrou na história. O golpe foi adiado por uma década.
No dia 11 de agosto de 1977, em plena ditadura militar, professores, estudantes e intelectuais reuniram-se na Faculdade de Direito da USP e leram uma carta contra a ditadura e a favor da democracia. Aquele gesto animava a sociedade civil a lutar pelos seus direitos. O regime militar, que sequestrava, torturava e matava os opositores, começou a perder força.
11 de agosto de 2022. Mais de um milhão de brasileiras e brasileiros, de todas as matizes ideológicas, subscreveram a carta em defesa da democracia, do estado de direito e do sistema eleitoral brasileiro.
A democracia brasileira está em perigo. O presidente Bolsonaro ameaça a estabilidade do país. Seu desejo é dar um golpe e perpetuar-se no poder.
A carta apresentada no último dia 11 de agosto marca a reação da sociedade aos arroubos autoritários do bolsonarismo e em defesa das instituições democráticas. É preciso que a vigilância contra o reacionarismo seja permanente, sob o risco de um desastroso retrocesso.