Opinião

2022: a corrida pela presidência começou. Bolsonaro saiu na vantagem

Foi dada a largada. A eleição presidencial está nos corações e mentes dos políticos brasileiros. Em meio ao maior morticínio no país, já são mais de 230 mil mortos vitimados pela Covid 19, começou a corrida rumo ao Palácio do Planalto.

Jair Bolsonaro partiu na frente. Colocou dois aliados no comando do Congresso Nacional. Com essa vitória política robusta, ao custo de milhões de reais em emendas parlamentares e loteamento de cargos públicos, Bolsonaro passa ser refém do Centrão, mas assim garantiu que não ocorrerá o tão temido Impeachment.

Mais pragmático do que nunca, Bolsonaro agora busca aprovar uma nova ajuda emergencial para os desvalidos. Com a distribuição de dinheiro para os mais vulneráveis, acredita que ganhará prestígio entre os setores populares e assim terá uma recuperação nos seus pífios índices de aceitação.

A fórmula é antiga. Sempre foi empregada largamente por populistas de esquerda e de direita. Em vez de realizar reformas estruturais que promovam o desenvolvimento econômico e a diminuição nas diferenças sociais, migalhas são largadas em períodos eleitorais.

Lula também se movimentou. Do seu exílio midiático, deu aval para que Fernando Haddad (PT) começasse a pedir votos em seu nome. Esse movimento inicial causou queixumes no vitaminado Boulos (PSOL), que sonha em ser o nome que unirá as esquerdas em 2022. Doce ilusão!

Por último vem João Dória (PSDB). Com trajes impecáveis, sintaxe perfeita e voz de locutor, quer apresentar-se como a alternativa da “direita iluminada”. Por seu protagonismo na vacinação, acredita que conseguirá se contrapor às bizarrices de Bolsonaro, esquecendo o lema “Bolsodoria” que o elegeu em 2018.

O Brasil está numa polarização pior do que em 2018. Em 2022, o espectro do comunismo será reapresentado por Bolsonaro para assustar as classes médias. As bandeiras verde-amarelas e vermelhas ocuparão as ruas, numa batalha política nunca vista no país.

Lúcio Flávio Vasconcelos – Professor Titular do Departamento de História da UFPB