Secretário executivo de Saúde da PB tira dúvidas sobre vacinação contra a Covid-19. Confira
Com a vacinação contra a covid-19 suspensa em algumas cidades da Paraíba, caso de João Pessoa, cresce a preocupação de quem não conseguiu tomar o reforço. O Blog conversou com Daniel Beltrammi, secretário executivo de Saúde da Paraíba sobre isso e outras questões relacionadas. Sobre o atraso no reforço vacinal, ele procurou tranquilizar a população: “a CoronaVac é tão mais efetiva e segura quanto mais nós pudermos respeitar o intervalo entre primeira e segunda dose dentro de 28 dias, alcançando 72% de sua efetividade. Quando passa um pouquinho disso, não muda a capacidade da vacina de proteger. O que muda essa capacidade é não tomar a segunda dose. Máxima proteção é até em 28 depois da segunda dose”. Beltrammi lembrou que isso vale também para a vacina da da Fiocruz que tem um intervalo de 90 dias entre 1ª e 2ª doses.
Sintomas pós-vacina ?
Segundo o secretário, “nenhuma das oito vacinas registradas no planeta terra são capazes de nos causar doença porque elas não têm vírus ali, vírus inteiro vivo, capaz de se multiplicar e fazer doença. O que elas fazem na gente é uma coisa que a gente chama de atividade reatogênica, que nada mais é do que, depois que a gente toma a picada no ombro, nosso organismo começa a trabalhar para proteger a gente e às vezes, para alguma vacina como a de Oxford/Fiocruz, esse jeito de o organismo trabalhar é, sim, fazer uma dor no corpo, indisposição, febre, dor na picada da vacina. Isso dura de um a três dias. Não é motivo para não tomar a segunda dose”.
Quando não tomar a 2ª dose?
É preciso prestar atenção a dois fatores, afirmou Beltrammi: “o que você vai esperar para tomar a 2ª dose é, eventualmente, se no meio de uma dose e outra, foi vacinado para gripe. Aí tem que esperar 14 dias para tomar a dose da vacina contra a covid. Se apresentar algum sintoma gripal no dia de tomar a segunda dose, aí também tem que esperar se recuperar”, alertou.
Uso de máscara pós vacina
A vacinação contra covid, por mais que o ciclo esteja completo, ou seja, por mais que uma pessoa tenha tomado as duas doses e esperado 28 dias para completar o processo de proteção máxima, não descarta o uso da máscara e a necessidade de distanciamento social: “é fundamental se manter protegido antes, durante e depois da vacina. Você não pode abandonar o uso de máscara, você não pode aglomerar porque a vacina não é uma outra proteção que você substitui a máscara por ela. Ela é uma proteção complementar, é uma proteção a mais. Você deve continuar usando as medidas de proteção”, esclareceu o secretário.
Balanço das medidas de restrição
O Blog também questionou ao secretário executivo de Saúde da Paraíba sobre as medidas restritivas mais rígidas adotadas no Estado no mês de março. Beltrammi afirmou que o mês de março foi o pior já registrado desde o início da pandemia e que a redução da circulação de pessoas foi essencial para diminuir a sobrecarga nos hospitais públicos e privados. As medidas fizeram a Paraíba retomar um padrão de estabilidade, reduzindo o número de internações diárias: “a gente vivenciou um mês de março que certamente foi o pior de todo o ciclo de pandemia não só na Paraíba mas em todo o Brasil. Ele exigiu que nós, durante as quatro semanas do mês, tomássemos medidas: durante três semanas as medidas estavam alicerçadas na redução do horário de funcionamento de algumas atividades produtivas que reúnem e aglomeram mais pessoas, a instituição de um ato de proibir mobilidade a partir das 22 horas e também a redução de algumas outras atividades como estar presencialmente em missas e cultos. Na última semana de março, nós pudemos tomar uma medida de condensar alguns feriados referentes a abril, maio e agosto para que pudéssemos ter a redução de circulação urbana de maneira mais intensa em função do número de casos, de vidas perdidas, mas também do número de internações hospitalares que cresceu a ponto de nós termos uma internação a cada 12 minutos no estado, mais de 100 internações em um só dia, uma situação extremamente alarmante que exigiu que tomássemos medidas proporcionais para proteger maior bem de um estado que é a vida dos paraibanos e paraibanas. Agora começamos a observar uma situação de desaceleração de internações ao dia. Se nós tivermos no mês de maio uma media entre 87 e 88 internações ao dia, agora vamos observando algo entre 70 e 77 internações ao dia, em média, aqui no estado, uma redução de 10 internações ao dia em média. Faz diferença em um sistema de saúde que esteve no seu limite de sobrecarga, sem dúvida. O que nós enfrentamos entre os meses de maio e junho do ano passado não foi semelhante nem de perto ao que a gente enfrentou agora em 2021. Então esse sinalizador vai nos dando informações de que pelo menos nós conseguimos frenar o cenário de piora, trazendo o estado para um contexto de estabilidade que é de fato muito importante.
A entrevista completa está disponível no perfil do Blog no Instagram: Política por Elas (@politicaporelas) • Fotos e vídeos do Instagram