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MDA e autoridades federais assinam manifesto pela erradicação da violência contra mulheres e meninas

 

O lançamento do Manifesto Nacional de Mobilização de Homens Públicos pelo Fim da Violência Contra Mulheres e Meninas reuniu autoridades de diversos setores em Brasília. O evento contou com a participação de Edegar Pretto, presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) e representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), que abriu a cerimônia destacando a importância do engajamento masculino no combate à violência de gênero.
Edegar afirmou que a violência contra as mulheres é um problema estruturado na sociedade e que é fundamental que os homens assumam a responsabilidade pelo enfrentamento dessa realidade. “Se há violência contra as mulheres, se há machismo, se há feminicídio, se há estupro, se há violência que mata, que maltrata as mulheres do Brasil e do mundo, é praticada pelos homens”, disse.
O presidente da CONAB também ressaltou que a mudança dessa cultura machista depende de um esforço coletivo, afirmando que os homens precisam se posicionar ativamente contra a violência. “Nós queremos dar um basta, nós queremos nos movimentar, nos organizar também em movimento pra gente fazer um verdadeiro cerco a homens agressores que ainda não compreenderam o não de uma mulher”, completou.
O evento, que também contou com a presença de autoridades como o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, discutiu o papel dos homens na erradicação da violência de gênero. Edegar mencionou a importância de instituir normas e punições dentro das organizações, como a CONAB, para que agressores sejam responsabilizados. “Nós vamos estabelecer uma nova norma: aquele trabalhador, aquele homem da CONAB que cometer qualquer violência contra as mulheres, se não for passível de demissão sumária, no cumprimento da sua pena, ele vai ter que cumprir o que está na Lei Maria da Penha, vai ter que participar de um grupo reflexivo”, afirmou.
A necessidade de programas de reeducação para agressores foi outro ponto abordado durante a cerimônia. Edegar destacou dados que mostram que, ao passar por programas de reflexão, a taxa de reincidência de homens que cometem violência contra as mulheres pode cair significativamente. “75% dos homens cometem violência contra as mulheres, mas quando ele passa por um trabalho em grupo, conversa com outros homens, quando ele tem acompanhamento profissional, esse número cai para 5%”, disse.
Ao longo do evento, os participantes reforçaram a urgência de ações concretas no enfrentamento da violência contra as mulheres. A ministra Cida Gonçalves destacou que a luta não pode ser apenas uma responsabilidade do governo. “Nós temos que tomar decisão do que vamos fazer frente a isso que está acontecendo. Ou todos nós fazemos alguma coisa ou o Governo Federal, o presidente Lula sozinho, o Ministério das Mulheres sozinho, nós não vamos dar conta”, afirmou.
O Manifesto Nacional de Mobilização de Homens Públicos pelo Fim da Violência Contra Mulheres e Meninas, assinado por diversas autoridades presentes, foi uma declaração de compromisso com a erradicação da violência de gênero e o fortalecimento de uma cultura de respeito e igualdade.