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Consuni se manifesta contra nomeação de Valdiney Veloso para reitoria da UFPB

Posse de Valdiney Veloso está prevista para esta semana

Prestes a ser empossado reitor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB),  Valdiney Veloso recebeu nova nota de repúdio. Dessa vez do Conselho Universitário (Consuni) que se posicionou contra a nomeação do professor.

Veloso teve apenas 5% dos votos da comunidade acadêmia em consulta realizada pela UFPB no mês de agosto. Já dos Conselhos Universiários não recebeu um voto sequer e ficou em terceiro na lista tríplice, ainda assim foi escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro. Para o reitor nomeado, é do presidente a prerrogativa da escolha. Ele se diz pronto para assumir o comando da Universidade.

A nota do Consuni fortalece o movimento de resistência que se formou na UFPB desde a última quinta-feira (05) pela defesa da autonomia gerencial e administrativa da Instituição e contra a posse de Veloso, prevista para o dia próxima quarta-feira (11).

Confira a nota do Consuni na íntegra:

O Conselho Universitário (CONSUNI) da UFPB, representando a vontade de sua comunidade universitária, e com fundamento nos princípios constitucionais da gestão democrática, da liberdade de cátedra e do pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, já reconhecidos e consolidados pelo Supremo Tribunal Federal, repudia a nomeação, pelo Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, para o cargo máximo desta instituição de uma candidatura que não foi escolhida pela comunidade universitária. A chapa encabeçada pelo Prof. Valdiney Gouveia teve pouco mais de 5% dos votos na consulta pública, ficando na terceira e última colocação, e no colegiado eleitoral, composto pelos três conselhos superiores desta Universidade, não obteve um único voto.

Mais do que a defesa de uma candidatura específica, o que move este CONSUNI é a defesa dos preceitos de democracia e autonomia universitária, nos termos do artigo 207 da Constituição Federal.

Essa decisão rompe com uma longa tradição, construída ao longo de décadas, que é o respeito a escolha democrática da comunidade universitária e a garantia da nomeação da candidatura mais votada, mesmo por governos de diferentes espectros políticos. Esta atitude, mais do que respeitar a posição expressa pela maioria dos integrantes da instituição, tem por princípio o reconhecimento da importância de termos uma reitoria com efetivo papel de liderança acadêmica, administrativa e política reconhecida pelos membros da própria Universidade, o que aufere legitimidade para sua atuação, justamente nesses tempos difíceis que atravessamos.