Qual o lugar de Ricardo?
PSB e parte do PT se reuniram nesta segunda-feira (30) em João Pessoa para tratar de aliança para 2022.
Os dois partidos têm em comum o fato de serem progressistas, de centro-esquerda. E mais: um foi, o outro é a “casa” do ex-governador Ricardo Coutinho.
E por falar em Ricardo… Ele não estava lá, não posou pra foto, não participou das discussões. Pudera! É que o socialista virou um problema para as duas legendas.
Perdeu força no PSB e foi abandonado pelo presidente Carlos Siqueira. Pela força da Calvário, fez a legenda derreter na Paraíba a ponto de não eleger um vereador sequer em 2020. Literalmente, o girassol foi do céu ao inferno junto com Ricardo.
No PT, o socialista também provocou e provoca fissuras. Não é bem quisto por parcela dos militantes ressentida pela crise que ele criou nas eleições municipais quando passou por cima do diretório municipal petista e colocou a executiva nacional contra a candidatura de Anísio Maia à prefeitura da capital.
A ausência de Ricardo diz muito sobre ele e sua capacidade de aglutinar as esquerdas. É certo que há fragilidade e arranhões em sua imagem e que estds decorrem de um processo que usa o direito como arma política. Mas não só isso.
Ricardo semeou vento, colhe agora tempestade e terá grandes dificuldades de vencer a resistência que se levanta contra ele mesmo tendo Lula como padrinho e lideranças petistas paraibanas em sua defesa.
Uma coisa é certa: no PSB ou no PT, presente ou não no encontro desta segunda, Ricardo terá um lugar nas eleições vindouras, senão como candidato (ainda há possibilidade, embora remota), como articulador político. E é bem capaz, caso Lula seja eleito presidente mais uma vez, que ocupe posição de destaque no governo petista.