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Política da vida real: Funasa segue viva e comando continua com o Centrão

O movimento pró-Funasa surtiu efeito. O governo federal deixa quieta a medida que extinguia o órgão e agora a  presidência da Fundação ao Centrão.  A decisão publicada hoje (20), no Diário Oficial traz a nomeação de Francisco Neves de Oliveira ao comando do órgão que foi extinto via MP no primeiro dia de Lula na presidência. O último posto que Oliveira ocupou foi o de diretor do Detran da Bahia. Na paraíba, o comando continua com o Virgínia Veloso.

Na semana passada, a senadora Daniella Ribeiro (PSD) havia dado entrada num pedido de audiência pública para tratar sobre o tema. Segundo a parlamentar, os efeitos da extinção da Funasa seriam muito danosos aos municípios de menor porte. Além da senadora, outros parlamentares do Norte e Nordeste estavam na pressão. O presidente da Federação das Associações dos Municípios da Paraíba (Famup), George Coelho endossava o pedido, assim como diversos prefeitos alimentavam o medo de não conseguir levar para frente projetos já orçados em R$ 1 bilhão aqui na Paraíba. Até mesmo o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, pediu pela retomada do órgão para ter sua fatia na ocupação dos cargos e do orçamento nos Estados.

Mas o instinto não era só de ajudar as cidades afetadas, como também tinha em vista compromissos político-partidários.  E é por isso, que a decisão de ressuscitar o órgão atende a principalmente o PSD, que tem o comando histórico da Fundação e que tem o controle do Senado.

A Funasa tem 26 superintendências, a da Paraíba deve permanecer com Virgínia Veloso, ex-prefeita de Pilar e mãe da senadora Daniella Ribeiro, do PSD, e do deputado federal Aguinaldo ribeiro, do Progressistas.

Lula precisa formar uma bancada no Congresso. E o Centrão não poderia perder os quadros da Funasa, administrada principalmente pelo PSD, a promessa de cargos ocorreu especialmente como moeda de troca para a reeleição do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), membro da sigla. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) também defendeu a recriação do órgão. O Palácio do Planalto acertou com partidos aliados a entrega de cargos de segundo e terceiro escalões para o período subsequente às eleições na Câmara e no Senado.

O fim da Funasa foi uma proposta que surgiu a partir de estudos da equipe de transição. Faria parte das mudanças na estrutura dos órgãos federais. Suas atribuições passadas do Ministério da Saúde e ao Ministério das Cidades. Mas não resistiu às necessidades da política real.