Opinião

Aliança com Lula não livrou Paraíba da menor fatia de recursos do novo PAC

Na classificação dos investimentos do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a Paraíba recebeu o menor volume de investimentos e ficou na última posição entre os estados do Nordeste. O governo federal deve investir inicialmente R$ 371 bilhões em áreas como transporte, energia, infraestrutura urbana, inclusão digital, infraestrutura social inclusiva e acesso à água. A previsão para os próximos quatro anos é que esse investimento alcance R$ 1,7 trilhão.

Apesar de ter o governador João Azevêdo (PSB) como aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a Paraíba teve menos projetos incluídos nessa nova fase do Programa e ficou com a menor fatia do bolo: R$ 36,8 bilhões. Sergipe, menor que a Paraíba e sem governo alinhado ao partido do presidente, receberá quase quatro vezes mais: R$ 136,6 bilhões.

Os estados nordestinos foram classificados da seguinte forma em relação aos investimentos do Novo PAC: Bahia em segundo lugar com R$ 119,4 bilhões; Maranhão em terceiro com R$ 93,9 bilhões; Pernambuco em quarto com R$ 91,9 bilhões; Ceará em quinto com R$ 73,2 bilhões; Piauí em sexto com R$ 56,5 bilhões; Alagoas em sétimo com R$ 47 bilhões; e Rio Grande do Norte em penúltimo com R$ 45,1 bilhões.

É importante destacar que o governador João Azevêdo (PSB) apresentou uma lista com 12 obras que julga prioritárias para o estado. Emplacou 11. Perda de prestígio? Uma baixa influência política poderia afetar a capacidade de captação de recursos. Se esta for a leitura, o que dizer do Rio Grande do Norte, governado pela petista Fátima Bezerra?

É bom ter em mente que outras demandas políticas e interesses podem ter influenciado a distribuição de recursos e que isso necessariamente não reflete uma perda de prestígio, mas a complexidade das decisões políticas. De todo modo, a posição da Paraíba é desfavorável em termos de investimentos.

Pra completar, a economia local registrou indicadores negativos em relação à geração de empregos no mês de junho, tradicionalmente marcado pelas festividades juninas. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o estado ocupou a pior posição no Brasil com menos 223 empregos.