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Empresa chinesa assina protocolo de intenções para instalar fábrica de insulina na Paraíba

A Paraíba será sede de uma fábrica de insulina chinesa. O primeiro passo para a instalação foi dado ontem (28), entre o governo do estado e os representantes da empresa chinesa Tonghua Dongbao Pharmaceutical – América do Sul. A empresa vai fabricar insulina, em parceria com o Laboratório Industrial Farmacêutico da Paraíba (Lifesa), do estado. O protocolo de intenções foi assinado pelo governador João Azevêdo (PSB) e o  o presidente da empresa Tonghua Dongbao Pharmaceutical, Mr. Chunsheng Leng, durante solenidade no Centro de Convenções de João Pessoa.

A empresa deverá se instalar no município de Caaporã, no Litoral Sul da Paraíba, em terreno de cerca 8 hectares e será apresentado aos representantes da empresa esta terça-feira (29), quando acontece uma visita técnica na região. O Laboratório Industrial Farmacêutico do Estado da Paraíba (Lifesa), unidade integrante da rede estadual de saúde também será visitado pela comitiva.

De acordo com o governador João Azevêdo, a expectativa é que sejam gerados 450 empregos diretos. A ideia é tornar a Paraíba referência na produção e na comercialização de insulina, o principal medicamento produzido pela empresa chinesa.

Depois da assinatura do protocolo de intenções, os representantes da empresa, João Azevêdo e o corpo de secretariado participaram de uma entrevista coletiva para explicar os detalhes da chegada da empresaà Paraíba. Atualemnte, de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, existem atualmente, no Brasil, mais de R$13 milhões de pessoas vivendo com a doença. Na Paraíba, cerca de 180 mil pessoas convivem com a doença. Porém,  segundo a secretaria de Saúde da Paraíba,  há um risco de desabastecimento no país atualmente.

Para auxiliar a instalação da empresa chinesa na Paraíba, o licenciamento será iniciado pelo Lifesa, e, segundo João Azevêdo, terá três momentos. “O primeiro momento com a importação dos produtos, já com a marca do Lifesa, com a produto que será produzido no Brasil”, explicou. A segunda etapa será o licenciamento no Brasil junto à Anvisa, que será objeto de uma reunião na próxima quarta-feira, em Brasília. A terceira fase será a construção da fábrica, onde tudo seria processado regionalmente. “O governo do estado estará envolvido 100% para que cada etapa do projeto seja vencido em tempo recorde”, assegurou.

Azevêdo enfatizou seu compromisso em agilizar todas as etapas do processo. “Todo o governo estará empenhado ao máximo para superar cada etapa em tempo recorde”, afirmou.

O Mr. Chunsheng Leng CEO da empresa  disseque a região geográfica da Paraíba é compativel a que abriga a fábrica de medicamentos na China. “A região é compatível com a nossa fábrica la. E com esse produtoaqui no Brasil, o país terá a produção assim como a que foi la na China, então cresceremos todos juntos”, disse.

“A Paraíba está no centro do Nordeste, uma região que tem mercado acima de 50 milhões de consumidores, o que favorece a distribuição da nossa produção. Nós também somos reconhecidos pela eficiência fiscal, o que nos torna um ambiente seguro para o investidor que aqui chega e encontra um espaço econômico bastante seguro, além de nos destacarmos na geração de energias renováveis, tecnologia e agricultura”, enfatizou.

A Tonghua Dongbao Pharmaceutical obteve no ano de 2022, mais de R$ 120 milhões de lucro líquido, sendo responsável por 41% do consumo de insulina da China e ainda apresenta mais de 100% de crescimento por ano. Desde 2021, a empresa iniciou uma fase de inovação e transformação e ampliar a produção para a América do Sul faz parte.

A Tonghua Dongbao Pharmaceutical, com sede na Dongbao New Village, Tonghua County, Tonghua City – Jilin Province, é reconhecida internacionalmente como uma fabricante de produtos farmacêuticos, com foco em pesquisa e desenvolvimento, produção e comercialização de medicamentos patenteados chineses, medicamentos químicos e produtos biológicos. Além da insulina, a empresa também é especializada em medicamentos para obesidade e tratamento de Gota.

A empresa farmacêutica distribui medicamentos para mais de 10 mil hospitais municipais. O grupo já tratou mais de 6,5 milhões de pessoas em 20 anos e exporta seus produtos para Polônia, Geórgia e Bangladesh, além de outros países europeus e asiáticos.

O presidente do Conselho da Tonghua Dongbao Pharmaceutical, Peace Pingan Lau, destacou que a instalação do grupo chinês na Paraíba representa um marco para a política de expansão internacional da empresa. “A Paraíba é um estado que escolhemos a dedo. Nós sabemos da potencialidade e da localização estratégica do estado, que é compatível com a nossa fábrica na China, e com a chegada desse produto, o Brasil terá a mesma produção iniciada no nosso país alguns anos atrás. Tenho certeza de que vamos construir na Paraíba o sucesso que tivemos na China”, pontuou.

A decisão de instalar a fábrica em Caaporã é resultado de uma viagem realizada pelo governador à China em julho deste ano, onde o gestor estabeleceu contatos com diversas empresas e apresentou as vantagens e potencialidades da Paraíba como local para investimentos. O gestor enumerou os pontos fortes da Paraíba, como atingir um mercado consumidor de mais de 50 milhões de pessoas no Nordeste, logística, infraestrutura, transportes, com um aeroporto e um Porto em expansão. Além disso, Azevêdo apontou para uma gestão fiscal eficiente, que coloca o estado em um patamar diferenciado, com estabilidade para os investidores.

Com essa nova empreitada, Caaporã se consolida como um polo de investimentos na área farmacêutica, trazendo oportunidades de emprego e desenvolvimento para a região, ao mesmo tempo que fortalece os laços comerciais entre a China e o estado da Paraíba. O prefeito da cidade, Cristiano Ferreira, disse que a construção da indústria traz uma expectativa positiva. “Um empreendiemnto deste porte é de extrema importância para nosso município, assim como pára as cidades vizinhas. Temos uma posição geográfica privilegiada. Nós temos 340 hectares para fomentar a geração de emprego e renda para a região”, explicou o gestor.