Opinião

Centrão negocia Ministério reforçado com Lula; paraibano Hugo Motta participa das discussões

Uma versão “turbinada” do Ministério do Esporte está em discussão no Palácio do Planalto como parte das negociações com o centrão. O objetivo é acomodar o PP e o Republicanos no alto escalão do governo. O plano envolve a fusão do Ministério do Esporte com o Ministério da Pequena e Média Empresa, criando o Ministério do Esporte e do Empreendedorismo, liderado por André Fufuca (PP-MA).

O PP busca o Ministério do Desenvolvimento Social como sua primeira opção, mas a relutância do presidente tem sido um obstáculo nas negociações. O Republicanos poderia assumir o Ministério de Portos, uma hipótese discutida em reuniões no Palácio do Planalto. Hugo Motta, deputado e presidente d do Republicanos da Paraíba, participou do encontro.

As resistências e desafios para definir a reforma ministerial têm adiado a confirmação das mudanças. Lula inicialmente pretendia resolvê-las antes de sua viagem ao Piauí, que estava planejada para ocorrer na quinta-feira (31). Há também preocupações em relação ao impacto político de entregar o Ministério de Portos ao Republicanos, uma vez que isso poderia fortalecer Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo e potencial adversário do PT em 2026.

O PP, liderado por Arthur Lira, insiste em obter um ministério do mesmo porte que o Ministério do Desenvolvimento Social. Atualmente, a especulação gira em torno do possível remanejamento de Márcio França, considerando a representação do PSB na Esplanada.

Governabilidade

O governo vem considerando a reforma ministerial para acomodar partidos em seu arco de alianças. São negociações complexas, que envolvem mudanças na estrutura governamental, em troca de apoio parlamentar, fundamental para a governabilidade e a construção de maiorias no Congresso.

O centrão é composto por “partidos de aluguel”. Não têm ideologia ou plataforma política clara, mas que estão dispostos a apoiar governos em troca de vantagens pessoais, como cargos no governo, recursos financeiros ou outros benefícios. Eis o Republicanos e o PP.

Em sistemas políticos fragmentados, como o brasileiro, a governabilidade muitas vezes depende do apoio de múltiplos partidos. Os governos, portanto, muitas vezes precisam negociar com uma variedade deles, incluindo aqueles considerados “de aluguel”. Uma medidade de sobrevivência, para garantir uma maioria parlamentar.

Há riscos. Dilma Rousseff que o diga!  O impeachment da presidente ilustra como o apoio de partidos de aluguel pode se tornar uma armadilha para o governante, que fica refém de interesses particulares e, por isso mesmo, vulneráveis. O apoio dos partidos de aluguel pode criar um ambiente em que as decisões políticas sejam frequentemente moldadas por interesses de curto prazo, o que contribui para a instabilidade política. Em resumo: essa relaç]ao é uma faca de gumes.

Com informações de Folha

Foto: Pedro Ladeira/Folhapress