As lições do holocausto
Eles aprenderam com os nazistas e o holocausto. Por incrível que possa parecer, o estado sionista de Israel aprendeu com as ações dos nazistas e o holocausto. Estão agora aplicando, em sua guerra desumana, os métodos de extermínio nazis e superando os seus próprios mestres, com o apoio ou conivência do “mundo ocidental civilizado”. Não há respeito com hospitais, igrejas, escolas etc. Com o pretexto de que os “terroristas do Hamas” escondem-se nestes locais e usam escudos humanos, tudo virou alvo militar. Se alguns civis, ou mulheres, ou crianças, forem atingidos, são meros efeitos colaterais inerentes a toda guerra.
Com estas desculpas, continuam com o massacre do povo palestino. Os objetivos do estado sionista de Israel tornam-se cada vez mais evidente. As verdadeiras intenções genocidas do governo Netanyahu são expostas, a cada declaração feita pelas autoridades do país. Houve até um ministro, que levantou a hipótese de usar uma bomba atômica para resolver a situação em Gaza. A declaração causou um tal mal-estar, que o governo “suspendeu” o ministro. A luta contra o Hamas tornou-se o grande pretexto para destruir e ocupar a faixa de Gaza. As fotos e vídeos, que são divulgados, mostram os detalhes da barbárie, que está sendo praticada, com o apoio dos americanos e a conivência da União Europeia. A retirada dos civis do norte de Gaza é dificultada pelos bombardeios e destruição das infraestruturas. Agora, os bombardeios estendem-se também ao sul. A cidade de Gaza, cercada, está sendo reduzida a um monte de escombros. Os hospitais estão perdendo as condições de funcionar, por falta de energia, medicamentos, água, alimentação etc. Como os “terroristas do Hamas” escondem-se sob os hospitais e escolas, todas as instalações tornaram-se alvos legítimos dos ataques.
A brutalidade dos bombardeios indiscriminados já matou mais de 100 funcionários da ONU, o que provocou um ato simbólico, em Genebra, quando os funcionários da organização fizeram um minuto de silêncio, na intenção de homenagear os mortos. Foi a maior quantidade de funcionários mortos já registrada em tão pouco tempo na história da organização.
Discute-se o risco de ampliação da guerra para os países vizinhos, com a participação de outros movimentos armados e mesmo de países. Israel já ameaça destruir Beirute, pois começaram os ataques do Hezbollah, no norte do país, a partir do território do Líbano. Os americanos ameaçam abertamente o Irã, e para isto, colocaram na área dois porta-aviões e outros navios de guerra, o que foi acompanhado pelos ingleses e franceses. Convém lembrar que, nesta região, se encontram 48% das reservas globais de petróleo e aí foram produzidos 33% do petróleo, em 2022. Além disso, 20% deste petróleo, passa pelo estreito de Ormuz, que poderá ser fechado pelo Irã.
Surgem apelos de cessar fogo humanitário para retirada de feridos, prisioneiros e civis. Depois de muitos entendimentos, o Brasil conseguiu retirar da faixa de Gaza cerca de três dezenas de brasileiros, que Israel mantinha como reféns, na fronteira com o Egito. A arrogância de Israel é de tal ordem, que até o seu embaixador no Brasil julga-se no direito de ameaçar o governo, e teve o atrevimento de ir ao congresso, na companhia de Bolsonaro, e convocar uma reunião com deputados bolsonaristas.
Esta turbulência no cenário externo leva à incerteza para a economia. O Índice de Incerteza da Economia (IIE-Br), calculado pela FGV Ibre, subiu 4,1 pontos, para 110,9 pontos, o maior patamar desde maio. Isto, apesar de o mercado de trabalho e o ambiente macroeconômico permanecerem estáveis e a taxa de desemprego ter caído, no terceiro trimestre. Aumenta o temor que o mercado do petróleo seja afetado.
Nos EUA, a situação está se complicando. Em vésperas de ano eleitoral, quando o atual presidente tentará se reeleger, a economia continua em expansão, com baixo desemprego e criando problemas para o Fed, Banco Central americano, que pretende aumentar ainda mais os juros, atualmente entre 5,25% e 5,50%, pois a inflação continua resiliente e longe da meta de 2%. Outro problema é o déficit no orçamento que, este ano, já está na casa dos 8%.
Ao contrário dos EUA, a economia na região do euro desacelera, encolhendo 0,1%, no terceiro trimestre. A Alemanha teve uma queda no PIB de 0,1%, e a França cresceu apenas 0,1%. Analistas admitem a possibilidade da região está entrando em um período de estagnação econômica, o que tende a piorar, diante da campanha de aperto monetário realizada pelo Banco Central Europeu (BCE).
As notícias que vêm da China também não são muito favoráveis. As dificuldades do mercado imobiliário e a queda nas encomendas e no consumo fazem prever que, em outubro, a atividade econômica permanecerá no campo negativo, onde já se encontra. O Índice de Atividade Industrial chegou a 49,5, situando-se abaixo dos 50 pontos, o que indica desaceleração.
Apesar deste quadro adverso, temos a comemorar a condenação, à inelegibilidade por 8 anos e pagamento de multas, pelo Tribunal Superior Eleitoral, de Jair Messias Bolsonaro e Walter Braga Neto. Na economia, devemos saudar a queda do desemprego, no terceiro trimestre, de 8,0% para 7,7%. O total de trabalhadores ocupados cresceu 0,9%, chegando a 99,8 milhões, e a massa de rendimentos atingiu o recorde de R$ 292,95 bilhões. Outro dado a comemorar é a criação de 929 mil vagas de trabalho, das quais 630 mil (67,8%), no setor formal. O número de trabalhadores por conta própria também cresceu 1%.
No congresso, o governo obteve mais uma vitória, apesar da sabotagem dos bolsonaristas. O senado aprovou a reforma tributária, embora com algumas emendas, o que obrigou o retorno do projeto à Câmara. Aliás, sem ter nada a propor ao país, o grupo de fanáticos limita-se a fazer todo tipo de ruido, para dificultar a gestão Lula. A próxima bomba a ser deflagrada é o aumento do conflito entre o Congresso e o STF, com decisões, dos parlamentares, sobre o marco temporal, o aborto e o consumo de drogas.
O fato lamentável da semana foi o bate-boca, dentro do governo, por causa da previsão de déficit zero no orçamento, para o próximo ano, depois da declaração de Lula de que não era tão importante e poderia ser alterado. Isto serviu de pretexto para grandes pronunciamentos e escândalos.
E enquanto, os arautos bolsonaristas fazem, mais uma vez, a previsão da falência do país, o mundo une as mãos na tentativa de conter o braço assassino do estado sionista de Israel, que, usando o pretexto de combater o Hamas, pretende exterminar o povo palestino.
Foto: GETTY IMAGES
Legenda da foto: Sobreviventes de Auschwitz sendo examinados por médicos soviéticos após a libertação do campo em 27 de janeiro de 1945/BBC