O brasileiro é de direita?
O Brasil, sob a presidência de Lula (PT), tem melhorado em todos os indicadores sociais. Desemprego em queda, inflação controlada, aumento do poder aquisitivo dos mais pobres. Mesmo assim, as esquerdas amargaram uma dura derrota por todo o Brasil na última eleição.
O bloco conservador avançou em votos e poder, estando capilarizado em todo o país e conquistando as principais cidades do Brasil. O partido campeão de votos foi o PSD, habilmente comandado pelo fleumático e flexível Gilberto Kassab.
O PSD desbancou o MDB em comando de prefeituras. No último domingo, o PSD conseguiu eleger 882 prefeitos e o MDB ficou com 856. Enquanto o PP conquistou 748 cidades, o União 585, o PL 512 e o Republicanos 436.
Já o bloco progressista diminuiu em representatividade, mesmo tendo o PSB e o PT crescido com relação ao pleito de 2020. O partido de Lula conquistou 248 cidades e o partido de João Campos 312. Já as outras siglas de esquerda reduziram significativamente o seu poder municipal.
O PDT, que havia conquistado 315 prefeituras em 2000, caiu para 149. O PC do B tinha 46 caiu para 19. O Partido Verde tinha 46 e agora 14. O REDE tinha 5 caiu para 4. O PSOL, que havia eleito 5 prefeitos em 2000, não conseguiu eleger nenhum em 2024.
O espaço aqui é curto para uma profunda análise desse fenômeno. Mas cabe destacar que o bolsonarismo permanece extremamente atuante, fustigando sistematicamente as pautas dos partidos de esquerda e ganhando espaço político.
O partido de Bolsonaro teve o vereador mais votado para câmaras municipais em capitais das cinco regiões do país. O vereador mais votado é do PL em Belo Horizonte, Cuiabá, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, Maceió, Manaus, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo.
Além disso, os partidos da direita moderada (PSD, PP, União e MDB), têm uma representatividade tradicional muito forte na sociedade e também defendem a pauta de costumes encampada pela extrema direita: religião cristã, casamento heterossexual, contra o aborto e proibição de todas as drogas.