Palestina: genocídio ou holocausto?
O Hamas é uma organização terrorista. Disputa o poder com Al Fatah, entidade político-militar fundada pelo líder carismático Yasser Arafat, em 1959. O Hamas surgiu em 1987, a partir da primeira Intifada contra Israel. Seu principal objetivo é destruir o Estado judeu e recuperar todo o território para o povo palestino.
O Hamas não representa a totalidade do povo palestino, nem na Faixa de Gaza nem no mundo. Da linha sunita do islamismo, o Hamas assumiu o poder definitivo em Gaza em 2007, após vencer uma eleição e uma guerra civil contra o Al Fatah.
O atentado de 7 de outubro de 2023 contra milhares de jovens numa festa foi mais um ato na guerra terrorista que o Hamas acredita ser a melhor caminho para deter o expansionismo judaico na região. Foi um crime indefensável. Da mesma forma que as ações bélicas de Israel contra a população civil de Gaza também constituem um crime de proporções colossais. Um crime jamais justificará outro.
O atual governo de Israel, constituído por políticos e militares da extrema-direita, não representa a totalidade dos judeus, nem em Israel e muito menos do mundo. Internamente, o primeiro-ministro Netanyahu enfrenta um profundo desgaste político. Se não fosse a guerra, já teria sido apeado do poder.
A guerra de extermínio do povo palestino promovida pelo governo de Israel não tem comparação. Tem a sua especificidade histórica. Cada império, em seu expansionismo, promove o genocídio. Portugueses massacraram os ameríndios. Norte-americanos dizimaram a população indígena. Turcos exterminaram os armênios. Nazistas assassinaram milhões de judeus.
Ser contra a morte de mais de 30 mil palestinos, a maioria civis, mulheres e crianças, não invalida condenar o Holocausto dos judeus. Defender a necessidade de um Estado palestino não significa erradicar o Estado de Israel. Apenas deter o expansionismo imperialista que Israel pratica no território da Cisjordânia, implantando colônias ilegais.
Tantos judeus quanto palestinos merecem, e precisam, ter os seus respectivos Estados. Do contrário, a espiral de violência continuará ceifando milhares de vidas inocentes de ambos os lados.