Paraibanos em Portugal
Migrar não é uma imposição genética, é uma necessidade social. Homens e mulheres deixam suas cidades e países de origem em busca de melhores condições de vida, aprofundamento do conhecimento ou por puro espírito de aventura. Migrar é uma condição histórica.
Muitos paraibanos partiram para Europa e fizeram história. Pedro Américo, nascido em Areia, foi estudar arte em Paris e revelou-se um dos maiores pintores do Brasil. Celso Furtado, de Pombal, também foi para a França estudar economia e tornou-se uma referência intelectual em âmbito mundial. Hoje em dia, centenas de paraibanos residem em terras lusitanas. Trabalham, estudam e refazem suas vidas.
Portugal, nos últimos anos, tem recebido número crescente de brasileiros. Ele são oriundos de todas as regiões do país e já constituem 40% dos estrangeiros. De acordo com o SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras), órgão estatal responsável pela imigração, oficialmente os brasileiros são cerca de 400 mil habitantes. E a tendência é aumentar.
Salário em euro, baixo índice de violência, educação de alta qualidade e porta de entrada para outros países da União Europeia são os principais atrativos para os brasileiros que desejam residir em Portugal. Ao mesmo tempo, cresce uma campanha xenófoba. Grupos de extrema direita portugueses insultam brasileiros nas ruas e picham frases ofensivas contra eles.
Tenho alguns amigos que optaram por morar permanentemente em Portugal. Foram para estudar, mas decidiram ficar. Estão em Lisboa e Coimbra, cidades com excelente qualidade de vida. Eles estão concretizando seus sonhos. Sentem uma profunda saudade do cuscuz, do forró, do calor humano, das praias azuis, da água morna do mar. Ao falarem dessas coisas, seus olhos marejam. Eles se foram, mas seus corações permanecem fincados no Brasil.
Que sejam felizes onde estejam.