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Ex-secretário da Saúde da Paraíba afirma que Ricardo Coutinho sabia de pagamento de propina

Após a deflagração das 11ª e 12ª fases da Operação Calvário, realizada na manhã desta quinta-feira (04), em delação ao Ministério Público, Waldson de Souza, ex-secretário da Saúde da Paraíba, revelou que o ex-governador do Estado, Ricardo Coutinho deu o aval para a negociação de contratos fraudulentos na compra de materiais educativos. O ex-secretário explicou ao promotor de Justiça Octávio Paulo Neto, como realizou as negociações e confirmou o recebimento de propina.
Segundo relatos de Waldson de Souza, ele teria participado de uma reunião com o Edvaldo Rosa, ex-presidente do PSB na Paraíba, onde foi informado que deveriam comprar materiais educativos sobre a dengue para as escolas estaduais. Ainda de acordo com ele, Edvaldo deixou claro que a compra desses materiais renderia um apoio financeiro ao PSB e ao então governador Ricardo Coutinho, visando a cobertura de despesas durante suas campanhas.
O delator disse que após a conversa com Edvaldo Rosa, foi conversar com Ricardo Coutinho, que autorizou a contratação dos materiais mesmo sabendo o que aconteceria depois que o contrato fosse realizado.
Ainda durante a conversa com o promotor, Waldson disse que após a compra, Edvaldo Rosa recebeu uma quantia em dinheiro do empresário Pietro Harley, mas que ele não sabe exatamente quanto Edvaldo recebeu. Segundo a investigação o valor recebido foi de R$ 150 mil. O próprio Waldson declarou ter recebido R$ 50 mil, como um agrado por ter facilitado o processo.
Segundo a investigação Prietro Harley junto com Coriolano Coutinho, teriam criado uma empresa fantasma para este fim.

Estas duas fases da Operação Calvário realizadas hoje, têm como objetivo investigar contratos para aquisição de material didático (livros), por parte das Secretarias de Educação do Estado, no ano de 2014, e do Município de João Pessoa, no ano de 2013. A ação criminosa deixou um prejuízo de aproximadamente R$ 2.300.000,00, em razão do pagamento de propinas a agentes públicos e políticos.
Nestas fases, além de cumprirem os mandados de prisão contra Coriolano Coutinho, Pietro Harley e José Edvaldo Rosas, serão feitas 28 busca e apreensão, nas cidades paraibanas de João Pessoa, Cabedelo, Campina Grande e Taperoá.