Eleição decidida?
Dizem que ela já tem dono. Falo da única cadeira no Senado em 2022 e de Aguinaldo Ribeiro (PP). Não é nenhum segredo que o deputado federal paraibano esteja articulando sua eleição para a casa que já conta com uma Ribeiro, mas o negócio estaria de vento em popa, com apoios devidamente costurados, inclusive com o governo da Paraíba e boa parte de prefeitos beneficiados por emendas garantidas por ele na Câmara.
A bem da verdade, Aguinaldo não investiria em projeto sem retorno e usufrui desde já de um benefício: a ausência de oposição. A preço de hoje não há adversários. Efraim Filho (DEM) poderia cumprir esse papel já que disputa o mesmo eleitorado – e vontade não falta. Restam apoios, em especial o de João Azevêdo que tem se reservado o direito de nada dizer. Pelo menos por enquanto.
Efraim vai comendo pelas beiradas, garimpando aliados no interior. Aguinaldo vem por dentro, construindo pontes no sertão, mas, sobretudo, na capital e cidades da região metropolitana que lhe permitam chegar ao fim dessa caminhada vitorioso.
A chapa ao governo do Estado nas eleições vindouras teria, segundo fonte segura, Adriano Galdino (Avante), presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, como candidato a vice de João. A rede incluiria, Mercinho Lucena (Republicanos), filho de do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), e Ana Cláudia Vital (Podemos), mulher de Veneziano Vital do Rêgo (MDB), como candidatos a federal.
Para todas essas coisas não há tempo verbal mais apropriado que o futuro do pretérito. “Teria”, “seria” não dão certeza de absolutamente nada, ainda mais porque 2022 ainda está longe e tem muita água pra rolar debaixo da ponte. As escolhas de João e seu grupo político ainda são uma incógnita. Especula-se uma união entre Cidadania e PT para as eleições presidenciais. O PP no meio disso tudo deixaria eleitores de João e Lula em apuros, o que poderia impulsionar uma candidatura da esquerda ao Senado, a exemplo do PSOL. Alguma chance contra Aguinaldo nessa conjuntura? Só as urnas podem dizer.
As urnas, aliás, são soberanas porque refletem a soberania do voto. Mas até lá, as articulações importam. Se o PP estiver afinado com o Cidadania e este, por sua vez, com o PT, Aguinaldo terá uma bela vantagem pela frente. Estará, como diz o ditado, com a faca e o queijo na mão.