Rússia e Ucrânia: China entra no circuito e propõe acordo diplomático
Neste último dia 01 de março, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, conversou por telefone com seu colega ucraniano, ministro Dmytro Kuleba.
Na ocasião, o Estado chinês demonstrou preocupação com os danos civis e crise humanitária resultantes do conflito. A parte ucraniana sugeriu que Pequim use seus laços de amizade com Moscou para que os ataques russos sejam interrompidos. Com isto, a China entra em cena com um importante papel de interlocução entre Rússia e Ucrânia.
A postura chinesa contrasta fortemente com aquela adotada pelos Estados Unidos, que até o presente momento não realizou nenhum esforço pela paz. Ao contrário, a OTAN, sob sua direção, está na raiz do problema.
Dados divulgados pela própria União Europeia em fevereiro de 2021, indicam que a China superou os Estados Unidos como principal parceira comercial da Europa. Considerando a influência do comércio chinês em outras regiões, ficam postos elementos adicionais de interesses em disputa.
O fato é que, ao reconhecer a legitimidade das aspirações das partes envolvidas no conflito e, ao mesmo tempo defender uma saída diplomática, a China sutilmente lembra ao Mundo que os mesmos critérios devem servir para Taiwan, que pode ser a próxima provocação Ocidental.
Ao que parece, tudo o que Washington não deseja é um mundo multipolar e pacífico e pode ser justamente estas as palavras de ordem de uma liderança emergente da China.
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David Soares é colunista do Política por Elas