Notícias

Vereadores do Conde pedem que MP investigue viagem feita pela prefeita Karla Pimentel à Argentina

Vereadores do Conde acionaram o Ministério Público da Paraíba (MPPB) para que investigue uma viagem feita pela prefeita do município, Karla Pimentel (PROS) à Argentina, com a utilização de dinheiro público. Segundo a denúncia apresentada pelos parlamentares, a viagem de férias foi feita sem autorização da Câmara e sem dar posse ao vice-prefeito.
A viagem à Argentina teria acontecido entre os dias 23 de fevereiro e 3 de março. Karla Pimentel viajou junto com a atual secretária de Administração município, Patrícia Sales, que teriam recebido diárias no valor de R$ 8 mil, segundo informações do Sagres (sistema que disponibiliza gastos da gestão pública) TCE . Outra envolvida na viagem é a médica Érica Camelo, que coordena um PSF na cidade, mas o sistema não aponta valores recebidos por ela.
De acordo com a denúncia formulada por vereadores da oposição, Léo Carneiro, Monique Marinho e Eduardo Cassol junto ao MPPB, as irregularidades em torno da viagem são muitas. Segundo o vereador Eduardo Cassol, a prefeita Karla Pimentel não se licenciou da função para viajar e ainda teria deixado documentos oficiais assinados por ela, nas datas em que esteve fora do país. Além do MPPB, uma denúncia também deve ser apresentada ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) nesta quinta-feira (16).
Segundo o parlamentar, por se tratar de uma viagem ao exterior, a gestora precisaria se licenciar.
“Não recebemos na Câmara nenhum comunicado sobre a viagem e a prefeita não deu posse ao vice-prefeito, Dedé Sales. Queremos saber quem pagou as passagens, por isso estamos acionando também o Tribunal de Constas da Paraíba (TCE), para que averigue”, comentou.

O secretário de Comunicação de Conde, Wiliam Tejo, informou que do dia 28 ao dia 03 a prefeita e a procuradora do município teriam compromissos oficiais, como representantes do município em um evento sobre Turismo, por isso teriam recebido as diárias.
Karla, segundo o secretário de Comunicação, foi convidada por um representante do governo da Paraíba para participar de uma reunião com o governo da Argentina e empresários do setor do Turismo com objetivo de divulgar o ‘destino Conde’.
O compromisso oficial não teria acontecido porque a prefeita teve que voltar ao Conde, no dia 28 de fevereiro, por causa de uma crise gerada por uma Lei polêmica sancionada por ela, que permitiria o sacrifício de animais no município de Conde. Na volta e às pressas, Karla Pimentel revogou a Lei.
O vereador Eduardo Cassol quer saber se as passagens também foram pagas pela prefeitura e sugere a abertura de uma Comissão Parlamentar para investigar a conduta da gestora, que também segundo denúncia teria assinado atos administrativos enquanto estava em viagem. Esses atos incluem a demissão do secretário de Administração e a nomeação de Patrícia Sales, que a acompanhava como a nova ocupante do cargo.


Apesar da oposição bater na questão, o líder do governo na Casa, vereador Daniel Junior, através de nota, defendeu a prefeita e afirmou que a comunicação só é necessária para afastamentos superiores a 15 dias, conforme dispõe a Constituição do Estado da Paraíba (art.22, § 7º). Já a Lei Orgânica do Município estenderia essa obrigatoriedade por 20 dias.
Segundo Tejo, a primeira parte da viagem, antes do encontro oficial, foi bancada com recursos próprios, sem custos ao município.
Mas, por não ter participado do encontro com empresários argentinos e sem nenhuma missão oficial realizada, a prefeita e a auxiliar devem devolver o que receberam por meio de um desconto no salário.