Um cara de pau chamado Deltan
O Brasil é mesmo o país da piada pronta! Se havia alguma dúvida, Deltan Dallagnol tratou de tirá-la. Mesmo tendo o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por fraude à Lei da Ficha Limpa, ele apareceu na sessão desta terça-feira (30) e votou a favor do marco temporal, que modifica as regras do Estatuto do Índio e prejudica os direitos dos povos originário.
Disse Deltan que estava exercendo seu direito de defesa e que não reconhecia a decisão do Tribunal, ou seja, não só ignorou os Tribunais superiores como deles tripudiou.
Parlamentares da oposição protestaram e pediram a retirada imediata de Dallagnol do plenário. O presidente da Câmara, Arthur Lira, contemporizou e resolveu consultar a Mesa Diretora. Enquanto isso, Dallagnol aproveitou para fazer um discurso inflamado contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em tom messiânico, se autodeclarou “herói nacional” por ter combatido, segundo ele, a corrupção na Lava Jato. A Deltan, que em sua fala elogiou o ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem atribuiu a defesa solitária da soberania nacional e dos valores cristãos, falta o famoso óleo de peroba. Sua participação na votação foi escandalosa e seus argumentos, falaciosos e incoerentes.
De autoridade a deputado cassado, Deltan agora é um fora da lei que age para violar direitos dos povos originários. Boa peça não é! E ainda terá que se explicar à Justiça. Nesta sexta-feira (2), ele depõe à Polícia Federal por ordem de “Cortes superiores”.