Ginecologista e obstetra alerta para importância da prática de atividade física durante a gestação
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), apenas 10% das gestantes no mundo praticam atividade física, embora a recomendação pelo próprio órgão seja de, no mínimo, 150 minutos por semana para esse grupo de mulheres. Se exercitar durante a gravidez pode evitar uma série de riscos para a mãe e para o bebê, como pré-eclâmpsia, diabetes gestacional, depressão puerperal, além de ajudar no desenvolvimento da placenta, tornando o ambiente intrauterino mais saudável, já que a gestante ao praticar esse tipo de atividade libera endorfina, dopamina, serotonina, hormônios que dão a sensação de prazer e bem-estar.
O médico Guilherme Carvalho (CRM/PB 7011), ginecologista, obstetra e especialista em Reprodução Humana pelo Hospital Sírio Libanês, alerta sobre algumas condutas médicas que tentam afastar as gestantes da prática de atividade física durante a gravidez. “Não existe nenhum estudo clínico que comprove a necessidade de proibir mulheres grávidas de se exercitarem no primeiro trimestre. Ao contrário, a atividade física precisa ser realizada durante todos os trimestres da gravidez e, de preferência, antes mesmo dessa paciente engravidar. Já que a atividade física vai ajudar até no processo reprodutivo”, destacou.
Entre as atividades mais recomendadas para as mulheres no período gestacional estão as caminhadas leves, que melhoram a circulação e são seguras em todas as fases da gravidez; yoga, responsável por ajudar no controle da respiração e aliviar as tensões musculares; hidroginástica, que reduz o impacto nas articulações e promove relaxamento; e o pilates, que fortalece a musculatura e melhora a postura. No entanto, o especialista adverte para a importância de consultar o médico para estabelecer qual prática esportiva é a mais indicada para a gestante.
“Cada gestação é individual. O médico é quem vai poder orientar melhor qual atividade física é mais indicada para aquela mãe e para aquele bebê. Além disso, é necessário ter alguns cuidados, como evitar atividades de alto impacto, que apresentem risco de quedas. A hidratação é um fator preponderante também na gestação, é preciso evitar exercícios em ambientes muito quentes, por exemplo. E, caso a gestante sinta fadiga, tontura ou desconforto, é preciso diminuir a intensidade”, reitera Dr. Guilherme Carvalho.
Casos em que não se recomenda – As gestantes que tratam doenças respiratórias graves como fibrose cística, doença pulmonar obstrutiva crônica ou restritiva; doenças cardíacas graves; que já tiveram trabalho de parto prematuro ou descolamento de placenta; que tem histórico de pré-eclâmpsia grave; que possuem insuficiência cervical; que já apresentaram sangramento vaginal persistente, nesses casos a atividade física deve ser evitada.
Sobre Guilherme Carvalho – Com mais de 15 anos de experiência em atuação na cidade de Sousa, no Sertão Paraibano, desde o ano passado o médico, professor da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), presidente do Instituto Paraibano de Ensino em Ginecologia e Obstetrícia (IPEGO) e coordenador do Instituto de Saúde Integrada da Mulher (Instituto Sim), ampliou os atendimentos para João Pessoa.