Joe Biden: um alento civilizatório

Lúcio Flávio Vasconcelos

Os Estados Unidos da América são a democracia liberal mais antiga e consolidada das Américas. Foi fundada em 1776, por ricos fazendeiros escravistas, grandes comerciantes e refinados intelectuais como Thomas Jefferson, Thomas Paine e Benjamin Franklin.

A democracia americana tem seu lado cruel. Ela se expandiu explorando o trabalho escravo, massacrando índios e anexando metade do México. Além disso, o governo de Washington realizou dezenas de intervenções militares e apoiou ditaduras militares sanguinolentas na América Latina ao longo do século XX.

Mesmo assim, depois da ameaça global representada por Donald Trump, o presidente Joe Biden é um alento para o mundo. Em seu discurso no Congresso, realizado às vésperas de completar 100 dias no poder, Biden comemorou a superação de sua promessa de aplicar nos americanos 100 milhões de doses de vacina contra a covid-19 nos seus primeiros 100 dias de mandato. O número já ultrapassou 220 milhões.

Em seu pronunciamento, Biden disse que: “É hora das corporações americanas e o 1% mais rico dos americanos pagarem sua parte justa. Apenas paguem sua parte justa.” E que o governo também iria “reprimir” os milionários e bilionários que trapaceiam nos impostos.

Joe Biden aproveitou o momento para denunciar o racismo estrutural existente no país, afirmando que o pior terrorismo é aquele perpetrado pelos supremacistas brancos. Respondendo aos autoritários que condenam a democracia, Biden replicou: “Eles estão errados. E temos que provar que estão errados. Temos que provar que a democracia ainda funciona.”

Com Joe Biden no poder, a curta e turbulenta Era Donald Trump, exaltada por populistas de direita no mundo todo, chega ao fim. Que a derrota do trumpismo e o comportamento do atual presidente norte-americano sirvam de exemplo para o Brasil.