“Por falta de afinidade”, reitor da UFPB pede desligamento da Instituição do Programa de TV Univerciência
O professor Waldiney Veloso, reitor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), solicitou o desligamento da Instituição do Programa de TV Univerciência “por falta de afinidade às pautas e aos trabalhos desenvolvidos”. que, segundo ele, têm “propósitos político-partidários” e não “acadêmicos-científicos”.
O Programa Univerciência nasceu em 2020 na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e foi lançado em TV aberta com transmissão pela internet há 5 dias em parceria com a TVE da Bahia. Seu objetivo é promover, difundir e popularizar a ciência. Vai atem foco na promoção, na popularização e na difusão da ciência. No programa de estreia, as iniciativas das universidades públicas no enfrentamento à pandemia da covid-19. A UFPB foi destaque com reportagem que mostra o sequenciamento de cerca de 200 genomas do novo coronavírus. A pesquisa mostra o comportamento do vírus no corpo humano, o que é essencial para entender e combater a doença.
A notícia foi recebida com surpresa e com revolta pela comunidade acadêmica.
“O interventor na UFPB não se cansa de explicitar sua subserviência ao governo Bolsonaro, não poderia ser diferente – só está na condição de dirigente máximo da UFPB em razão do desrespeito a autonomia e democracia universitárias. O programa Univerciência é um programa jornalístico de divulgação científica. É preciso denunciar esse tipo de comportamento, pois ao cercear a possibilidade de participar de uma iniciativa tão importante para a divulgação da ciência, o que está sendo promovido é exatamente o que supostamente quer se combater – esse ato do “reitor” demonstra claramente uma atitude política afinada com o planalto”, escreveu o professor Marcelo Sitcovsky.
“Que vergonha! Que arbítrio! Quantas trevas! Ofício não, isso é um decreto de Senhor Feudal. Aleatório: ele quem define o que são “pautas político-partidárias”. Ele quem define o que tem “afinidade acadêmico-científica”, de acordo com o que ele, e a massa ruminante que representa, acham. “Um escárnio. Que vergonha ter essa pessoa na cadeira mais alta da UFPB”, escreveu um outro professor.