‘Golpe do fundão’: sem se incomodar com pandemia, câmara dos deputados aumenta valor do fundo eleitoral para R$ 5,7 bilhões
Os deputados aprovaram, em votação simbólica, vergonhosamente, o chamado “golpe do fundão” de R$ 5,7 bilhões. O dinheiro deve ser usado, mesmo em meio a uma pandemia, para pagar santinhos de políticos e vídeos na internet, entre outros produtos de campanha eleitoral do ano que vem. São R$ 5,7 bilhões do nosso dinheiro. Com a votação simbólica, não é possível saber como votou cada deputado.
O tema estava sendo discutido no âmbito da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), mas acabou sendo votado em separado, após a aprovação do texto-base. Os deputados favoráveis à aprovação nem sequer tiveram a coragem de se manifestar. Em rápida sessão com deputados, apenas aqueles que são contra o absurdo discursaram.
Agora, a proposta será analisada pelos senadores, na mesma sessão do Congresso, para aprovação (ou não) em definitivo do “golpe do fundão”.
O valor destinado ao fundo pode sair de R$ 2 bilhões para R$ 5,7 bilhões por meio de uma manobra contábil feita na lei que dá as diretrizes para elaboração do Orçamento. O aumento foi criticado pelos deputados do Novo, Adriana Ventura (SP) e Marcel van Hattem (RS), durante a análise do parecer de Juscelino Filho. O relator do projeto definiu no texto que o reajuste do fundo de financiamento da campanha eleitoral será o valor de 25% da verba da Justiça Eleitoral em 2021 e em 2022, além de uma parte das emendas de bancada estaduais.
“Será que esta é a prioridade do nosso país neste momento onde milhares de brasileiros passam fome?”, questionou Adriana. “Sou contra o financiamento público. Votaremos contra a LDO por isso. Acho, sim, um absurdo que nós estejamos aumentando para R$ 5,7 bilhões”, falou van Hattem, que ainda disparou críticas ao custo do Tribunal Superior Eleitoral.
O valor do fundo é dividido entre os partidos políticos para bancar a campanha. É o principal mecanismo de financiamento dos candidatos. Em 2020, ano de eleição municipal, o valor estabelecido foi de R$ 2 bilhões.
Abaixo, o trecho que faz a alteração: