Tiro errado de Veneziano antecipa oposição na Paraíba
Toda ação gera uma reação. O anúncio do apoio do PSDB à candidatura de Romero Rodrigues (PSD) ao governo da Paraíba nesta quinta-feira (29) é resultado de um passo em falso do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB). Do encontro com Cássio Cunha Lima, Veneziano saiu queimado com o governo do estado e, de quebra, deu um empurrão na oposição – movimento prematuro que pode deixá-lo isolado e enfraquecido. Veneziano apostou alto! Há quem diga que para assegurar a mulher, Ana Cláudia, como vice de João em 2022. Errou no cálculo do tempo e pode acabar sem João assim como ficou sem Cássio.
O tucano, por sua vez, soube tirar vantagem da situação: voltou à cena, assegurou a unidade de seu grupo político, o que pode render uma candidatura ao senado na chapa encabeçada pelo primo, e ainda causou fissura no campo adversário. Tacada de mestre! Agora, são o PSDB e o PSD que já podem cair em campo juntos em busca de novas escalações para o time. Está aberta a temporada de caça. As investidas têm endereço certo: Progressistas (PP). Do prefeito de Campina Grande, outro Cunha Lima, o Bruno, a cobrança para que o PP engrosse o grupo já veio. Qual seria o preço? O que teriam para oferecer se o pepista Aguinaldo Ribeiro não esconde o interesse pelo Senado? Cássio disputaria a Câmara Federal em nome da aliança? Seria mais seguro, mais fácil até… Mas e Pedro Cunha Lima, declinaria da própria candidatura? Cenas para os próximos capítulos.
Duas coisas certas nisso tudo. Primeira: os passos do PSDB o aproximam da extrema-direita representada por Jair Bolsonaro, cabo eleitoral de Romero Rodrigues por aqui. Jaz um partido de centro em nome da sobrevivência – são os fins justificando os meios. Segunda: sem máquina na mão, e portanto, sem poder de fogo, Veneziano fica obrigado a engolir os termos de João Azevêdo ou perde apoio e cargos no governo.
Moral da história 1: em rio que tem piranha, jacaré tem que nadar de costas.
Moral da história 2: apressado queima a boca ou come cru.