Política com pimenta

“Kim Jong Hun do Paraguai”, dispara Julian Lemos sobre desfile de tropas da Marinha hoje, em Brasília

O desfile de tropas das Forças Armadas com tanques de guerra na Esplanada dos Ministérios já despertou críticas de parlamentares paraibanos. O ato ocorreu na manhã desta terça (10) e passou em frente ao Palácio do Planalto, onde um oficial, vestido com roupa de combatente, subiu a rampa e entregou ao presidente Jair Bolsonaro um convite para um exercício militar que poderia ser enviado por e-mail.

O deputado Julian Lemos (PSL) foi um dos que criticaram o ato. Em entrevista a um programa de rádio, ele disparou:

“É muito ruim isso, porque traz uma instabilidade muito grande. As pessoas não sabem o que de fato o presidente é capaz de fazer. Estou muito constrangido. Foi um infeliz coincidência , mas o parlamento está compreendendo isso como uma certa intimidação. É muito ruim, uma imagem de blindados velhos. Eu fico imaginando os presidentes dos Estados Unidos, da  China, da Rússia, de Israel, vendo um desfile de Kim Jong Hun do Paraguai. É uma coisa horrível. A gente poderia estar em outro patamar. O povo não está preocupado com voto impresso, muito menos com desfile de blindados, e sim em banir essa pandemia e botar comida na mesa, e todo dia é uma cortina de fumaça desse governo”.

O deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB) também não poupou críticas, mas colocou a ação do presidente do plano do debate:

“Qualquer tipo de ameaça de que não vai haver eleição, qualquer tipo de intimidação é evidente que esse é um caminho ruim para a democracia, traz um aspecto negativo ao debate da matéria (Voto impresso). A gente tá tratando aqui de como a urna eletrônica vai funcionar de uma forma mais eficiente e mais segura. Então, que se vença com argumento. Eu discordo muito dessa maneira de fazer debate”.

A leitura que muitos analistas fizeram do desfile descabido foi de que o tiro do Bolsonaro saiu pela culatra. Acuado, com perda de popularidade, imerso em uma enxurrada de críticas e na iminência da derrota da PEC do voto impresso na Câmara Federal, errou feio no cálculo. Queria expressar força, mas passou a imagem de fraqueza.