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Último paciente com covid do hospital da Unimed João Pessoa recebe alta

Dia histórico e de esperança. O último paciente com covid-19 internado no Hospital Alberto Urquiza Wanderley recebeu alta e deixou a unidade na tarde desta sexta-feira (11). Desde a internação do primeiro paciente com a doença, em 13 de março de 2020, esta é a primeira vez que a unidade zera este tipo de atendimento.

O paciente José de Jesus de Andrade Arruda, 92 anos, deu entrada no hospital no dia 2 de março. O momento da alta foi acompanhado com emoção pelos profissionais de saúde, familiares do paciente e direção do hospital, que integra a rede própria da Unimed João Pessoa.

O neto do paciente, Pedro Augusto Arruda Alves, comentou que essa alta tem um significado especial não só para a família como para toda a sociedade. “Ser o último [paciente] significa esperança de que a vida da gente vai voltar ao normal”, declarou.

O direto clínico e técnico do hospital, José Calixto da Silva Filho, também está esperançoso. “Depois de dois anos de luta incansável, hoje estamos comemorando a alta do último paciente covid e a gente espera que a vida continue normal. Encerramos um ciclo de muita luta com vitória”, comemorou.

REFERÊNCIA

Desde o início da pandemia, a Unimed João Pessoa assumiu uma posição de protagonismo no enfrentamento à covid-19, na Paraíba. Um planejamento foi elaborado para garantir estrutura de atendimento aos mais de 157 mil beneficiários do plano de saúde.

O Hospital Alberto Urquiza Wanderley foi transformado em unidade de referência na rede própria para esse tipo de atendimento. Até a última alta, mais de 60 mil casos suspeitos foram atendidos e 3.261 pessoas foram internadas com covid na unidade.

Além de adotar um duplo fluxo, que garantiu segurança na assistência a qualquer tipo de patologia, o hospital trouxe para o estado inovações que levaram a resultados que se equiparam aos dos maiores centros de saúde do país.

TERAPIAS INOVADORAS

O Hospital Alberto Urquiza foi o primeiro do Sistema Unimed a tratar pacientes com plasma convalescente. Inovou, também, com a utilização da tomografia por bioimpedância mecânica, uso do cateter nasal de alto fluxo e aplicação da terapia Ecmo.

Unidades de terapia foram abertas de acordo com a necessidade. Nos momentos de pico da pandemia, no ano passado, o hospital chegou a abrir 78 leitos extras de UTI exclusivamente para covid.

De acordo com a direção da unidade, a tecnologia também foi grande aliada na luta contra a doença. O robô Tom tornou-se um símbolo desse enfrentamento. Quando a doença ainda era totalmente desconhecida, ele foi utilizado para discussão de casos clínicos com instituições de saúde de diferentes países. E, para diminuir o distanciamento exigido pela doença, o robô aproximou familiares e profissionais de saúde dos pacientes por meio de “visitas remotas”.

CAUTELA

O presidente da Unimed João Pessoa, Gualter Lisboa Ramalho, comentou que a queda no número de casos de covid é animadora, mas pediu cautela. “Passados dois anos de reclusão, tensão contínua, incertezas e profundo lamento pelos que partiram, os recentes números da covid no mundo nos trazem um certo alívio e nos convidam à euforia”, declarou. “Contudo, o relaxamento das medidas preventivas, em especial do uso obrigatório de máscaras, deve ser conduzido com cautela, sobretudo nos pacientes de risco”, disse.

Para Gualter Ramalho, as recomendações devem substituir as obrigatoriedades e os espaços abertos, os primeiros a serem flexibilizados. Apesar de representar uma tendência, de acordo com ele, o fim da pandemia e início da endemia exigem uma maior observação. “Acreditamos que a hora da virada de chave se aproxima. Estamos otimistas e confiantes. Mas, como fomos surpreendidos algumas vezes, não nos custa aguardar um ou dois ciclos virais para uma conclusão mais assertiva”, ponderou.