Federação com PC do B e PV engessa PT e ameaça aliança com MDB de Veneziano
O senador e pré-candidato ao governo da Paraíba Veneziano Vital do Rêgo (MDB) pode sobrar na curva da aliança com o PT e acabar isolado. Semana passada ele esteve em Brasília, postou foto com Lula e tudo. Para a imprensa disseram que foi um encontro para tratar da política nacional. Pode até ter tido isso no pacote, mas política nacional não é matéria de “Vené”, o que nos leva a crer que o ponto principal da pauta foi a eleição estadual por vários motivos, alguns dos quais seguem expostos:
1 – A primeira pesquisa eleitoral para o governo do estado contratada e divulgada pelo Portal da Capital deu conta de que Veneziano está em quarto lugar na corrida, que oficialmente mesmo só começa depois das convenções, de 20 de julho a cinco de agosto. Dos mil entrevistados de 61 dos 223 municípios paraibanos, o emedebista ficou em quarto lugar nas intenções de voto, com 12 pontos percentuais na pesquisa estimulada, e 3% na espontânea, ficando atrás de Nilvan Ferreira (13%, 6%), Pedro Cunha Linha (18%, 7%)e João Azevêdo (26%, 14%).
2 – Veneziano recebeu apoio do PT paraibano presidido por Jackson Macêdo. Mas a aliança não é unanimidade no partido. Na Federação composta por PT, PC do B e PV, a maioria está com João Azevêdo, do PSB, sigla que, nacionalmente, compõe chapa com o PT na corrida à presidência da República. Esse placar deve se manter junto à executiva nacional da Federação uma vez que, pela natureza do acordo, o PT, sozinho, não muda o andar da carruagem.
3 – Além do mais, nos bastidores, forças operam para o Partido dos Trabalhadores fechar com João, o que desarticularia a campanha de Veneziano – e, por consequência, respinga no ex-governador Ricardo Coutinho, pré-candidato ao Senado pelo PT.
Feitas estas considerações, vale à pena explicar o seguinte: o PT não estaria em situação embaraçosa não fosse a Federação da qual não precisava, mas entrou. Agora PC do B e PV têm poder de veto sobre as decisões do PT se este não conseguir 75% dos votos da executiva. E este é o ponto. Não basta o PT bater o pé sobre a aliança com o MDB de Veneziano na Paraíba se houver maioria em favor da composição com o PSB.
Em se concretizando essa reviravolta local, muita coisa muda. Essa indefinição justifica, em grande medida, a indefinição em torno da formação da chapa majoritária de João, com as vagas para vice e senado ainda em aberto. Apesar de ter um arco de alianças com várias partidos que, localmente, se tornaram competitivos, a exemplo do Republicanos, ter o apoio formal do PT terá um impacto positivo na campanha de João, reforçando sua posição no campo da esquerda.
A executiva da Federação PT-PC do B-PV deve se posicionar ainda esta semana. Esse fechamento vai ser fundamental no desenrolar do jogo que, por hora, segue morninho “da silva”.