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Governo Lula esbarra no União Brasil; Efraim Filho se mantém independente

O União Brasil, partido que surgiu da fusão entre o PSL e o DEM, está em crise interna e pode comprometer a governabilidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O partido indicou três ministros para o governo: Daniela Carneiro (Turismo), Juscelino Filho (Comunicações) e Waldez Góes (Desenvolvimento Regional), mas não se declara como base aliada no Congresso.

A ministra do Turismo e outros cinco deputados federais do Rio de Janeiro pediram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para sair do partido sem perder os mandatos, alegando assédio e obstrução política por parte da direção da legenda, comandada pelo deputado Luciano Bivar (União-PE).

O líder do União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento (União-BA), diz que o partido não tem condições de ser base de Lula, pois 90% dos filiados não votaram nele e um terço não topa conversar com o governo. Segundo ele, o apoio do partido depende da pauta e há temas que não terão nenhum voto da bancada, como a revisão da reforma trabalhista e as pautas de costumes.

O União Brasil tem a terceira maior bancada da Câmara, com 59 deputados, e a quarta maior do Senado, com 9 senadores. A perda desses votos pode dificultar a aprovação de projetos de interesse do governo, como as Propostas de Emenda à Constituição (PECs) e o novo arcabouço fiscal.

Lula e os responsáveis pela articulação política do governo tentam acalmar Elmar Nascimento e evitar a desidratação da base aliada. O presidente pede que o governo cumpra os compromissos com o partido, principalmente na liberação de emendas orçamentárias.

Posição de Efraim Filho

O senador Efraim Filho, do União Brasil, é um dos parlamentares que mantém uma posição de independência em relação ao governo do presidente Lula. Ele não faz parte da base aliada do PT, nem da oposição liderada pelo PL de Bolsonaro, mas esteve na base do ex-presidente. O líder do UB no Senado, inclusive, não conseguiu se viabilizar como candidato ao Senado na chapa do governador João Azevêdo (PSB), reeleito em 2022, em função de sua resistência em apoiar  a candidatura de Lula.