Pregão mostra gasto de quase R$ 3,5 milhões na compra de 60 próteses penianas pelas Forças Armadas
Mais uma polêmica envolvendo as Forças Armadas. Agora, o Portal da Transparência e do Painel de Preços do governo federal mostra a aquisição de próteses infláveis, com comprimento entre 10 e 25 centímetros. Elas foram entregues para hospitais militares de São Paulo e de Mato Grosso do Sul, e as compras realizadas em três processos licitatórios, com um gasto total de R$ 3.475.947,30 assim distribuídos:
- 10 unidades por R$ 50.149,72 cada
- 20 unidades por R$ 57.647,65 cada
- 30 unidades por R$ 60.716,57 cada
O Exército negou a compra e informou que apenas três próteses penianas foram adquiridas, em 2021, “para cirurgias de usuários do Fundo de Saúde do Exército (FUSEx)”, apesar dos pregões anunciarem a compra de 60 “. A nota diz ainda que “a quantidade de 60 (sessenta) representa a estimativa constante na ata de registro de preços e não efetivamente o que foi empenhado, liquidado e pago pelas Organizações Militares de Saúde” – no entanto, a nota não fala de compras feitas em 2020.
Esta não foi a primeira vez que o governo federal abriu licitação para a compra de próteses penianas. Em 2018, um pregão eletrônico pediu a aquisição de 10 próteses para o Hospital das Forças Armadas (HFA), de Brasília.
Viagra, picanha, filé e salmão
Outros escândalos mostram a farra com dinheiro público por parte das Forças Armadas. Os dados do Portal da Transparência mostram ainda a compra de 35 mil comprimidos para disfunção erétil, mais conhecido como Viagra, que seriam usados no tratamento de hipertensão arterial. Na semana passada, de acordo com levantamento da Agência O Globo, mais de 1 milhão de quilos de picanha, filé mignon e salmão foram comprados entre janeiro de 2021 e fevereiro de 2022, na gestão do ex-ministro da Defesa Braga Netto. Os pregões somam mais de R$ 56 milhões.
Nesta terça-feira (12), o deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) e o senador Jorge Kajuru (Podemos-GO) prepararam uma representação para levar o caso ao Tribunal de Contas da União (TCU) e ao Ministério Público Federal (MPF) alegando “abuso” da força de segurança nos pedidos. O documento foi entregue na manhã de quarta-feira (13).”Consideramos isso um absurdo. Não tem cabimento. As Forças Armadas estão passando dos limites”, disse o deputado.
Foi o parlamentar quem divulgou, na segunda-feira (11), a compra de 35 mil unidades de Viagra feito pelas Forças. “Estamos investigando novos possíveis abusos das Forças Armadas. Estamos passando o pente fino nos gastos”, garantiu Elias Vaz.
Com informações do Valor