Paraíba é o estado do NE com menor número de mulheres em cargos do alto escalão do governo
Muito vem se falando em equidade de gênero em espaços de representação e poder. E se fala porque a participação feminina é precária. A realidade mostra que embora tenhamos dado passos civilizatórios na conquista de direitos, estamos longe do cenário ideal.
Embora o Brasil seja um país feminino porque sua população é majoritariamente de mulheres, o Nordeste por exemplo, elegeu apenas duas governadoras em um universo de 26 estados mais o distrito federal. Quando o recorte é feito em cima da ocupação das secretarias estaduais, levantamento da Folha traz que apenas 28% delas são comandadas por mulheres.
No Nordeste apenas Ceará, Alagoas, Pernambuco e Amapá têm paridade de gênero no secretariado estadual. Os demais, com exceção da Paraíba, ficaram na cota dos 30%, sem qualquer equivalência de gênero na ocupação de cargos de alto escalão.
Os números da Paraíba merecem destaque. Aqui o número de mulheres em secretarias de governo é o menor do Nordeste. Em um quadro de 25 secretários, 6 são mulheres, o que representa 24% do total.
São elas:
Iris Rodrigues – Secretária executiva da Casa Civil;
Pollyana Dutra – Secretária de Desenvolvimento Humano;
Rosália Borges – Secretária do Turismo e Desenvolvimento Econômico;
Rafaela Camaraense – Secretária do Meio Ambiente e Sustentabilidade;
Maria Suelly – Secretária de Representação Institucional;
Lídia de Moura – Secretária da Mulher e da Diversidade Humana.
Há um cenário histórico de exclusão que precisa ser reparado e que não só encontra resistência cultural como é alimentado por partidos políticos, por exemplo. Partidos são comandados por homens, que indicam homens para espaços de poder. Em miúdos: o patriarcado é reforçado por esse sistema de segregação de gênero e racial. Sim, homens, em geral, em posições de destaque, são brancos. Então esse é um outro olhar que deve ser levado em conta e discutido.
Por que isso é ruim? Porque políticas públicas são feitas por quem está no poder, por quem pode decidir. Quando se tem uma visão plural formada a partir de um corpo gestor amplo, é possível ter uma gestão mais responsiva, que inclua pautas de grupos diversos e que represente melhor a população e os diferentes estratos sociais.
A participação de mulheres e negros, e indígenas, e população LGBT e outros grupos minoritários mas que merecem ser atendidos em suas necessidades é questão de justiça e condição precípua de uma democracia. Só com inclusão e participação é possível replicar a diversidade nas instâncias de poder.