96% dos pais defendem serviço de saúde mental nas escolas; Na Paraíba, projeto pretende criar programa para estudantes da rede pública
No Brasil, 96% dos pais gostariam que as escolas fornecessem serviços de saúde mental gratuito aos estudantes. É o que aponta a pesquisa da Pearson, empresa mundial na área de educação. Um outro levantamento feito pela Secretaria de Juventude da Paraíba revelou que a pandemia mexeu com a saúde mental de 58,3% dos jovens entrevistados. Um projeto (1.078/22) tramita na Assembleia Legislativa da Paraíba para que seja criado no estado a Política Estadual de Cuidado e Saúde Mental da Juventude.
A iniciativa é da deputada estadual Rafaela Camaraense (PSB), que explicou que o objetivo do projeto é criar um setor específico para atendimento nas escolas estaduais, com a realização de rodas de diálogo com presença de pais e responsáveis, com especialistas e ainda a formação de professores para lidar com os casos. O projeto também prevê a presença de profissionais de saúde para atender e acolher os jovens.
“Após dois anos e meio de pandemia, percebemos que a demanda por cuidados da saúde mental se evidenciou em todos os âmbitos e, no campo educacional não seria diferente. Por isso, apresentamos essa matéria para que seja analisada e enviado um projeto para esta Casa pelo Governo do Estado”, defendeu Rafaela durante sessão ordinária da Assembleia Legislativa nesta terça-feira (31).
O estudo da Pearson revelou que a preocupação dos brasileiros com os cuidados psicológicos é maior do que a média global. Além da preocupação com o suporte psicológico, a pesquisa detectou que 85% das pessoas em todo o mundo esperam que as empresas abordem temas relativos à saúde mental com mais frequência no ambiente de trabalho. Essa mesma porcentagem se repete no Brasil.
Outro ponto levantado na pesquisa é de que 67% dos brasileiros acreditam que as crianças deveriam ser introduzidas em programas e recursos de bem-estar e saúde mental logo nos primeiros anos de vida escolar.
“Essa é matéria de grade relevância pela urgência do tema. Esse ano presenciamos crises coletivas de ansiedade em estudantes ao retornar as aulas presenciais. Quem viu as imagens pôde perceber um pouco a gravidade da realidade que nossas crianças e jovens enfrentam, nesse pós-pandemia. As doenças mentais e de cunho emocional precisam ser vistas como uma necessidade que vai além das unidades de saúde. Escolas e outros ambientes sociais precisam estar preparados para lidar com essa realidade”, defendeu Rafaela.